Arnobio Rocha Reflexões Inquietação Permanente

1819: Inquietação Permanente


Turbilhão de ideias que se conectam e se repetem, sem síntese.

Ando reciclando ideias, pensamentos, textos, formulações, pelo simples medo de encarar o porvir, o tamanho do rombo emocional que a humanidade sofrerá, os brasileiros em particular. A intensa publicação de textos é uma necessidade urgente de desabafar e, instintivamente, o receio de não saber o que acontecerá em breve, isso é muito real e doloroso.

Uma corrida contra o tempo, arrumar uma síntese de ideias contraditórios, aliás, sentimentos opostos, que te puxam para lados distintos como se desejassem me partir ao meio, nem uma força é maior que a outra, ambas te puxam com vigor, o risco é de cindir-se.

O que segura, ainda, é a mente, as letras e palavras que pululam no cérebro e conduzem os dedos para digitar quase que de forma automática, as palavras vão descendo para a tela, formando novos parágrafos com uma facilidade que muitas vezes me espanto.

Seria uma resposta do cérebro ao caos interno e externo da vida?

Ano passado, bem no começo da pandemia, do isolamento intui que “o isolamento de mais de cinquenta porcento da humanidade. Homens, mulheres, crianças, jovens e idosos, todos trancados em casas, apartamentos, moradias pequenas ou grandes, minúsculas ou castelos, não há muito escapatória”.

E que “Parece óbvio que as condições de misérias se acentuarão, conflitos maiores por conta dos exíguos espaços físicos e de pouca opções de lazer”. 

Disse ainda que a saída, a fuga, seriam as redes sociais, entretanto elas acentuariam sentimentos conflitantes, pois, “A graça e a miséria humana afloram amplamente, o ambiente de espaços separados, no “ar”, não real, tornam esses embates de sentimentos quase sempre indo aos extremos, sem mediações”.

Num segundo texto, também de abril de 2020, escrevi que “Toda essa vida de milhares de revoluções por minutos é que leva ao desespero quando o chão se abriu e se pede para “desacelerar”, como? Por quê?”

Por fim que “Percebe-se aos olhos nus, um processo complexo de desagregação geral, instituições, poderes, lideranças, organizações, quase tudo, enfim.” Repito:

“É filosofia, não profissão de fé que nos libertará. A utopia ressurgirá, ou a humanidade (humanismo), sumirá desse planeta”.

Sigamos.

 

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