Essa primeira semana de março deve ser uma das mais trágicas dos últimos anos no Brasil, as vítimas do Covid-19 ganham números de assustar, com o risco de virarem apenas números, como se em cada vida perdida não houvesse uma história, uma família, e vários sentimento multiplicados, que nem ao menos poderem fazer uma cerimônia de despedida digna de seus entes perdidos.
O dia de hoje é bem capaz de ser pior do que o dia anterior, o que provavelmente o amanhã será mais duro, é uma escalada de desgraças que se avolumam e vamos perdendo a capacidade de se indignar ou mesmo de sofrer a uma situação que só piora.
A naturalização do mal, o sentimento de indiferença ao que nos rodeia, o efeito é que as pessoas vão se trancando, criando barreiras ou realidades de subsistência, quase sempre individuais, sem que se pense em como sair dessa enrascada gigante a que o país foi submetido, dirigido por um presidente absolutamente incapaz, numa qualificação civil.
É quase impossível manter a sanidade num clima tão tenso e perverso como o atual.
O que falar então de esperança? Sem chance. O Brasil perdeu o rumo em 2013, desde então é uma queda atrás da outra, todas as mudanças são para pior. A perda de direitos sociais, trabalhistas, previdenciários, além do aprofundamento da miséria, da fome (que voltou com força) formam um quadro de completa desesperança e de que nos mexemos como numa areia movediça imensa.
Os dias, as semanas, meses, avançaram em meio a essa carnificina, sem que produza notas positivas, até mesmo quando as vacinas que já ajudam a debelar, ou pelo menos diminuir a matança indiscriminada, coincidentemente, apenas o Brasil, do presidente negacionista, continua a crescer de forma descontrolada e torna o Brasil uma ameaça ao mundo, por não demonstrar capacidade combater a Pandemia.
Ao se chegar mais uma sexta, o dia parece algo indefinido, sem graça, que nem de longe lembra o significado mágico do dia da semana.
Assim seguimos, ou não.