A Importância da Leitura na Formação Intelectual – 11 anos depois!

“Deus escreve certo por linhas tortas” (ditado popular)

Há 11 anos atrás, pensei que era menos, escrevi o texto: A Importância da Leitura na Formação Intelectual, sobre contando sobre minha trajetória pessoal e minha relação com os livros, a leitura, o gosto por ler e descobrir, pré-internet, um mundo novo, que preencheu em grande parte minha vida e minha mente, talvez, sem eles não sei como seria minha vida, não que ela seja espetacular, mas é bem menos vazia, penso.

Ali apontei duas conclusões que hoje parecem certas, a primeira, de ordem puramente de constatação, ainda em 2013, da distância que essa nova geração tem dos livros, em particular dos clássicos:

“Repetir o que fiz, entre os 22 e os 25 anos, talvez, seja meio impossível, tem que ter muita força de vontade, dedicação e disciplina, principalmente ficar longe de computadores, celulares e das redes sociais. No meu caso, foi um escape, como não tinha ido para universidade, compensava com estudos e dedicação de autodidata, era o que podia fazer na época, pois, não concebia ficar sem estudar, mesmo que não formalmente.”

A segunda, era sobre o impacto sobre minha vida, formação e perspectiva na profissão e no meio político e intelectual:

“Tudo aquilo que estudei me serviu/serve na vida, nas minhas atividades práticas, as soluções de engenharia, exigem não apenas conhecimento técnico, mas principalmente abstração, imaginação. No Direito, que vim a estudar bem depois, é a mesma coisa, sem leitura e criação não se consegue muita coisa.”

Ora, ontem, conversando com minha filha, Luana, hoje com 22 anos, falando exatamente da trajetória de leitura, sobre os porquês  de ter lido aqueles livros, e as opções dela, as escolhas de livros, como também percebo a relação dela com os livros, o lugar que ocupam no seu espaço e formação.

São caminhos diferentes, outras vidas, momentos, perspectivas, nunca impus nada a elas, Letícia, que nos deixou há 5 anos e meio, também tinha relação própria com os livros, Luana é mais curiosa, talvez nunca lerá os meus livros, no entanto tem dedicação para leitura, apesar do mundo de redes sociais, internet super conectada.

Ela me perguntou qual o melhor livro que li, respondi que era o Hamlet (Shakespeare), como ela fala bem inglês, poderia lê-lo no original, ou numas 4 traduções que tenho por aqui. Também quer saber meus escritores prediletos. Citei Shakespeare, Dante, Homero, Machado de Assis, Camões. Ela quis saber como os li, como tinha tempo para ler tanto? Não tinha celular e redes sociais, quem sabe não seja um bom desafio para ela? Ou para outros jovens.

Nada é certo.

Lembro que naquele começo de 2013, quando escrevi o referido artigo, os celulares ainda passavam pela transição, para o que são hoje, a maior fonte de leitura, informações e de ideologia. É certo que hoje, nos moldamos a escrever pensando no formato das telas dos celulares, pois a maioria, que eventualmente abrir um texto meu, será no celular.

Outra coisa concreta, por vias aleatórias e tortas, nunca se leu tanto, quanto hoje, independente da qualidade, do que seja verdadeiro, ou de que tenha conteúdo, mas é fato que há bilhões de leitores, pessoas comuns que podem ter acesso a textos, sem juízo de valor. Essas pequenas máquinas podem levar a bilhões de textos, livros, ideias.

Mais uma vez reafirmo, a Leitura/escrita, livros simples, ou com “muitas letras”, no formato físico, ou digital, ainda mais reduzidos para telas pequenas, continua sendo a melhor fonte e chave da formação intelectual e humana.

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Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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