“Run, rabbit run.
Dig that hole, forget the sun,
And when at last the work is done
Don’t sit down it’s time to dig another one”.
( Breathe – Pink Floyd)
O dia hoje está sendo muito corrido, como trabalho no Brooklin Paulista, mas tinha que ir à Av Paulista, depois ao centro de São Paulo, num dia de muito frio e chuvisco, tudo conspirando para que desse errado, mas ao contrário, deu tudo certo. Uma inacreditável sequência de horários todos cumpridos com pontualidade britânica, mesmo com o Metrô com paradas longas, principalmente pela manhã. Nada saiu fora do eixo, os compromissos sem atrasos, até o almoço que tinha adiado, pensando que não daria tempo, calhou de ter um restaurante bem em frente do lugar que precisava ir.
Quem vive em São Paulo, entende bem o que falei acima, qualquer possibilidade de se marcar um ou dois compromissos no mesmo dia, em locais diferentes, sempre é complicado, principalmente pela dificuldade de deslocamento, em dias chuvosos, a probabilidade de dá errado, múltipla-se por dez. Mas parece que hoje fui premiado, corri por vários lugares e não teve tempo ruim que impedisse de conseguir. Até, entre um compromisso e outro, deu tempo de escrever um post da série Crise 2.0, tudo bem que saiu meio truncado, mas o importante é também consegui publicar, sobre a questão do PIB da Zona do Euro.
Outro dia, até escrevi sobre esta coisa de só se andar em São Paulo com a sensação de se estar atrasado, nem mesmo sabendo para que. Andar correndo aqui virou uma neurose, nada se faz sem pressa, é uma imposição cruel, fruto de uma cidade que vive em função do estresse, muitos de nós, acha “legal” e “moderno” este tipo de vida, como se fosse isto a razão de uma cidade desumana como a nossa. Penso que no fundo esta pressão de tempo, é uma justificativa ideal para as relações superficiais que se estabelece, tanto no trabalho, como no local de moradia, aparentemente ninguém tempo para ninguém.
Quando estava fazendo exames periódicos, ou seja, estava fora da rotina do trabalho, fiquei pensando justamente isto, como este estresse nos pega, que, quebrar a rotina faz um bem danado, as coisas parecem que acontecem mais naturalmente, os compromissos são cumpridos com mais eficiência. Nada justifica nossas correrias, de nos cobrarmos por atrasos, de repente o que buscamos se perde de forma tão simples, que nossa pressa não resolve. Estou decidido a mudar esta dinâmica, viver mais lento e mais feliz, deixar adrenalina para outras emoções bem mais importantes para vida.
“Breathe, breathe in the air.
Don’t be afraid to care.
Leave but don’t leave me.
Look around and choose your own ground”. ( Breathe – Pink Floyd)
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