Quem acompanha a série Crise 2.0 sabe muito bem porque todos os países da Zona do Euro tiveram queda no seu PIB, exceto a Alemanha, os dados de hoje demonstram claramente o que estamos dizendo constantemente aqui: A derrocada da Europa é bom para a Alemanha. A realidade se tornou insofismável. O quanto pior dos outros, melhor para o país, daí a Senhora Merkel insistir neste rumo, pois ela se beneficia desta lógica perversa.
A matéria do estadão que trata a questão do PIB da Zona do Euro tem um trecho que acerta em cheio no problema: “Os dados divulgados hoje revelam a grande disparidade entre a forte economia alemã e a crescente desaceleração nos membros do sul da Europa. Essas disparidades tornarão mais difíceis a adoção, pelo Banco Central Europeu, de políticas monetárias mais apropriadas para a região como um todo”.
O PIB da Alemanha cresce 0.5% em relação ao quarto trimestre, e 1,2% sobre o primeiro quarto de 2011, são dados muito robustos, superando qualquer prognóstico anterior, este forte crescimento foi baseado nos seguintes fatores: “As exportações líquidas foram o principal motor para o crescimento do PIB no trimestre, afirmou o Destatis. O consumo interno também impulsionou a economia após ter recuado ligeiramente no trimestre anterior, ajudando a compensar, parcialmente, a queda nos investimentos, acrescentou o escritório alemão”. Ou seja, a Alemanha impõe seus produtos aos demais países do bloco, formando amplo superávit da balança, o que explica a queda dos demais, eles não tem a competitividade alemã, o padrão produtivo, a produção de Capital.
A França segunda economia está estagnada, sem crescimento, principalmente pela queda nas exportações e aumento das importações, além de uma significativa queda na taxa de investimento, recuo de 0,8%. O consumo das famílias também não teve crescimento,com as perspectivas gerais ruins houve um entrave maior ao aumento de consumo e produção. O Presidente Hollande já pega um país “parado”, o que aumentará a pressão por resultados em curto prazo, ao mesmo tempo que reforça seu discurso de seja abrandado a austeridade da Zona do Euro.
Portugal teve um recuo de 2,2% do PIB, a forte pressão que sofre para mais austeridade, pois recebeu , 78 bilhões de Euros no ano passado, não teve resultado positivo. A Grécia houve um mergulho mais fundo, caiu 6,2%, já tem mais de dois anos de recuos seguidos, a economia grega retrocede aos anos 2000, anterior a adoção do Euro, uma calamidade geral, que só tem piorado, mês a mês com o plano de Austeridade.
Segundo a Agência Dow Jones a situação vai se tornando mais crítica na Itália, por ser o terceiro PIB da Zona do Euro: “A economia da Itália encolheu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, ante os últimos três meses de 2011, mais do que a expectativa de 17 economistas consultados pela Dow Jones, que era de recuo de 0,6%. Os dados, do instituto nacional de estatísticas, Istat, são preliminares e ajustados por fatores sazonais e pelo número de dias úteis. Ante o mesmo período do ano passado, a contração foi de 1,3%, pior performance em termos anualizados desde o fim de 2009.
Com este dado, o PIB da Itália agora soma três trimestres consecutivos de contração, tendo recuado 0,7% nos três meses finais de 2011 e 0,2% no terceiro trimestre do ano passado. O número trimestral reflete alguma expansão no setor agrícola e forte declínio nas atividades da indústria e do setor de serviços, segundo o Istat.
Para completar a questão da Itália a agência de riscos Moody´s rebaixou as notas de 26 bancos do país.
A lógica é perversa e simples, a quebradeira geral alimenta os músculos da economia alemã, uma transfusão de sangue aos contrário dos corpos doentes para o corpo forte. A exigência de mais sacrifícios está em linha com a política da Alemanha, quanto maior, sobra mais dinheiro para que as exportações e os bancos alemães recebem mais capital.
A Alemanha não se poe nesse contexto como uma “perversa” com fins malignos…
Desde muito tempo, a alemanha vem com políticas de aceleração de sua produção e investimento em mecanismos de melhoramento de seus recursos…
Esse é o motivo dela nao estar sofrendo tanto quanto os outros membros da UE e estar meio que levando os outros nas costas…
O investimento da Alemanha em tecnologia de produção rendeu frutos, afinal a economia alemã é a maior da Europa.
Concordo plenamente! O que falta também dizer é que a Alemanha não queria o euro foi o preço a pagar pela reunificação, eles fizeram reformas dolorosas enquanto os outros só gastavam e preferiam os produtos alemães (será porque?) em detrimento de suas industrias nacionais obsoletas e pouco produtivas. Além do mais um alemão trabalha 41 horas o francês 35 tenham dó! Os outros europeus estão acostumados a terem boa vida sem trabalhar chega de culpar os competentes alemães.