Tratamos da questão da Grécia em inúmeros artigos espalhados pela série Crise 2.0, com a piora acentuada das condições gerais do país frente à Zona do Euro, cada queda, mais se apertava o torniquete, se chegou numa situação insustentável, que não há mais saída. O Governo Fantoche de PapaDEMos fracassou, a imposição do plano de austeridade jogou a Grécia no Limbo, a resposta do povo grego foi uma ampla derrota dos partidos tradicionais que defendiam a política da Troika.
Abaixo uma coletânea de artigos que mostram passo a passo a mais dolorosa crise dos países europeu, da Zona do Euro:
- Crise 2. 0: Presente Grego;
- Crise 2.0:Heroico Povo Grego;
- Crise 2.0: Os Sátrapas;
- Crise 2.0: A Nova Tragédia Grega
- Crise 2.0: Grécia – a 70% de desconto
- Crise 2.0: Efeito Dominó – Grécia, Portugal…de novo
- Crise 2.0: A Rendição Grega
- Crise 2.0: Por que “salvar” a Grécia?
- Crise 2.0: Grécia em chamas
É preciso deixa claro, a burguesia local é a grande culpada pela crise, administrou de forma nefasta os recursos públicos e privados, a imensa inversão de capitais recebidas pelo país durante a fase de “vacas gordas” para implantação do Euro, foram gastos de forma irresponsável, com desvios bilionários para contas privadas.
O próprio PapaDEMos que assumiu o governo “tecnocrata”, imposto pela Alemanha, via Troika, é suspeito nas operações de Swap(CDS) quando trabalhava para os interesses da Goldman Sachs, e fez com que o tesouro grego, apenas neste negócio, perdesse 300 milhões de Euros. Depois volta como “salvador”, mas na prática não passa de um Sátrapa da Troika, para tentar impor o famigerado plano de austeridade. A Grécia virou um laboratório cruel destas políticas, tanto de austeridade, como de uma possível ruptura parcial da Zona do Euro. Povo grego e seu imenso sofrimento, virou mero detalhe, na mão de burocratas inescrupulosos.
O impasse pós-eleição não ganhou devido destaque devido ao impacto da eleições francesas, que podem alterar a correlação de forças no núcleo duro da Zona do Euro, conforme analisamos na coleção de artigos, que foram sintetizados e reunidos neste: Crise 2.0:Semana Francesa. Mas agora a situação de paralisia tomou conta das manchetes da mídia mundial, já dando como certa a saída da Grécia da Zona do Euro. No Estadão o vaticínio: “A última tentativa de formar um governo de coalizão na Grécia chegou a um impasse neste domingo. Diante do quadro, empresas e bancos centrais europeus se preparam para a saída do país da zona do euro”.
O tom de ameaça é real, o Estadão fez uma coleta de manchetes e pronunciamentos das principais revistas e jornais europeu, além de grande líderes sobre a questão grega e todos foram unânimes: Fim de linha para Grécia na Zona do Euro, conforme podemos conferir na matéria do correspondente do Estadão, Jamil Chade:
“Além da possibilidade de nova eleição, o impasse pode levar a Grécia a deixar a zona do euro. A Coalizão de Esquerda insiste em que, se vencer em uma nova eleição, formará um governo contrário às políticas atuais. Para os credores, não há dúvida: a ajuda financeira será encerrada se esse cenário se concretizar ou se a Grécia continuar com um vácuo de poder e não conseguir aprovar as reformas. Na prática, significará a saída do país do euro. Na Europa, várias empresas começam a fazer planos para a volta da dracma, a moeda grega. Na capa da edição de ontem, a influente revista alemã Spiegel defendeu a expulsão da Grécia do euro.
Segundo o Financial Times, bancos centrais europeus já falam abertamente nos preparativos para a queda da Grécia, fato ainda inédito na história da moeda única. Por anos, o Banco Central Europeu insistiu em que sair da moeda única não estava previsto nos acordos. “Acredito que um divórcio amigável, se for um dia necessário, poderá ser possível. Mas eu ainda assim lamentaria”, declarou Luc Coene, presidente do BC belga.
Patrick Honohan, presidente do BC irlandês, seguiu a mesma linha. “Coisas que não estão nos tratados podem ocorrer. Tecnicamente, a saída da Grécia pode ser administrada. Não seria necessariamente fatal, mas não é atrativa.” Para Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, o BC alemão, “as consequências de sair da zona do euro são mais sérias para a Grécia do que para o resto da zona do euro”.
Os ânimos estão exaltados, os déficit grego de 9,1 Bilhões de Euros apenas nos quatro primeiros meses de 2012 são um claro sinal de que o plano fracassou, não há mais saída, os sacrifícios impostos ameaçam uma ruptura radical interna, um caos administrativo, a situação política esgotada, os dois extremos venceram as eleições, a Extrema Direita, rompeu a aliança que sustentava os acordos. E os de Esquerda, tomaram o lugar dos social-democratas. Uma nova eleição suplementar vai acentuar o abismo.
Ambos, têm um ponto comum, são contra os planos de Austeridade, o que parece claro, enquanto Merkel der as cartas, não há solução possível para Grécia, depois para Espanha, Portugal, Irlanda e finalmente Itália, pois o que se pede é incongruente com a real situação da economia destes países. Merkel conscientemente impõe a ruptura do Euro, os músculos alemão já parecem forte o bastante para dependerem destes países. Apenas Hollande, pode frear a marcha da ruptura, conseguirá?
A Joana Calmon, da grobo(sta)news, chama a esquerda grega de “esquerda radical”. Impressionante com o neoliberalismo e a falta de compaixão social fizeram adeptos no PIG…