Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Algumas vezes tratei da questão do Herói e dos mitos, em particular na Grécia/Roma, num texto mais completo sobre o tema : A Questão do Herói, é longamente visto debatido desde a definição do herói, de como surge e nasce o Herói, sua educação, seus ritos iniciáticos, seus feitos até suas gestas. como definimos neste texto que ” herói seria o “guardião, o defensor, o que nasceu para servir”.
A leitura do texto indicado se faz fundamental para o correto entendimento da associação que faço entre os típicos heróis gregos/romanos/Egípcios/Hindus/Maias que são a base de inspiração para os modernos recentes, como Batman, Superman ou Thor. A trajetória única o define, o que condiz perfeitamente de como eram vistos na antiguidade: Herói era um intermediário entre os Deuses e os Homens. Eram homens, mas sua extraordinária jornada os fazia parecer com deuses. Seus feitos eram conhecidos e celebrados pelos homens, suas falhas o tornam também humanos.
É quase impossível não enxergar em Lula todas as características típica destes seres mitológicos, sua riquíssima trajetória pessoal, desde o nascimento complicado, a mudança para São Paulo, seu rito iniciático, suas lutas, sua imensa transformação, a troca de nome “identidade secreta”, que o levará à comunhão com os seus. Os enfrentamentos heroicos que vão elevando mais e mais, até seu apogeu, maturidade, quando dirige seu povo.
Todos os feitos de Lula como sindicalista, líder das míticas greves do ABC, depois o homem que criou um partido no seio do povo, dos de baixo, liderou-o por várias eleições, até ser o primeiro Presidente de um país vindo do povo, que transformou o país de forma inacreditável. Lula ganhou o mundo, celebrado em qualquer ponto que vá no planeta, mas como qualquer homem, adoece, corre seus riscos, isto também faz parte de seu rito, da sua “dokimasía, do “conjunto de provas” por que passou esse espancador de trevas”.
A doença que enfrentou, sua superação também é parte do mito, é pouco provável que alguém fique indiferente diante de um Herói/Lula, as paixões que desperta, o amor a ele devotado pelo seu povo, que supera em muito o ódio invejoso dos poucos que o persegue. Este momento, em venceu à morte que lhe espreita, passa a ter a voz da sabedoria, suas novas falas serão cada dia mais carregadas de simbolismos, até nas frases mais simples.
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Agora sim, eu diria, Lula ingressou na categoria dos mitos. Cumprindo a trajetória do herói. Tens toda razão. E talvez vire o herói-sábio. Viste a entrevista dele hoje na Folha. “Tem gente que diz que não tem medo da morte. Eu tenho.” “Volto mais tranquilo. O mundo não se acaba na semana que vem”.
Se pudésseis , doutor, analisar a urina de meu reino, descobrir a enfermidade e restituir-lhe por meio de um purgante sua boa e primitiva saúde, eu vos aplaudiria até que todos os ecos repetissem meus aplausos!…
( IV- III )Macbeth
Que lindo, muito a propósito. Afinal, o maior espetáculo para o homem será sempre o próprio homem, como disse alguém (acho que o Eça, não tenho mais certeza). Sou bem contente por ser contemporânea dele e poder entender como se faz um mito. Com sua ajuda, claro, Arnobio, companheiro querido.
Boa noite!
Tenho minhas dúvidas se Platão teria desistido da política caso conhecesse Lula.
Abraços
Ja que o Lula éum mito,ele deveria ficar calado e bem longe da política.Um mito cegoe surdo.ja que nada sabia do Mensalão. Espero que niguém queira canoniza-lo.Para mim.ele está mais pro Golgota do que para o.Olimpo.