“Homem picado por cobra, tem medo de comer linguiça” (Ditado Popular)

Assistimos nos últimos seis meses uma tentativa de se emular o cenário do GOLPE, impeachment, de 2016, o que se revela uma análise absolutamente errada de se transportar mecanicamente realidades distintas, para parecerem iguais. Essa é uma prática comum da Mídia Corporativa, pela Faria Limer e, principalmente pelos setores mais radicalizados do Congresso, especialmente depois da eleição quase unânime da incógnita, Hugo Motta, uma espécie de Arthur Lira com modos, ou sem nenhum, cara de moço bonito, mas de intenções ruins, quase uma autoafirmação, ou simplesmente um novo Severino manipulado.

E essas análises são de péssimo gosto, inclusive na esquerda (de ultras aos mais medrosos, aflitos por governabilidade à qualquer custo), como se o Governo Lula III estivesse a cair por conta da queda de popularidade e desgaste. Por outra via,  não tem a ver ser Lula e não Dilma, ainda que o machismo fosse um dos combustíveis do Golpe, há outras razões objetivas.

A cristalização do “ódio” à Dilma, teve um componente fundamental, a Economia, que estava em queda, ela quem pariu as tais jornadas de junho, a Lavajato. O desgaste do “pouso suave” do enorme crescimento do Lula II e aplicação da política anticrise, frente a 2008, que elevou os gastos públicos (corretamente), teve seus reflexos justamente no Governo Dilma.

As condições macroeconômicas de 2009, de combate à crise mundila de 2008, se refletiram por longos anos, Dilma “pagou o Pato”.

A situação de hoje, mesmo com um congresso ainda pior, não é a mesma, a economia responde e o país tem outra disposição política, incerta, mas é possível disputar a narrativa, o que era impossível em.2014, 2015.

Basta ver que uma semana após o “massacre” no congresso da derrubada de vetos e a IOF, a reação demonstrada rearmou o Governo Lula III, e isso não foi fruto do Pragmatismo derrotista.

Engraçado constatar que, semana passada, muitos arrancavam os cabelos, tudo estava perdido, em menos de uma semana depois avançou-se no embate político nas redes sociais e na sociedade, mais do que em 2 anos. O Governo retomou a iniciativa política, mas alguns querem continuar negociando por baixo, com medo, o que mostra, também, que há um aprisionamento/medo do que saí na mídia corporativa.

Fica difícil, todos querem negociar, por óbvio, governar é negociar, porém, não ficar submissos ao Sr Hugo Motta, ou ao Sr Davi Alcolumbre, senão nem negociação é, apenas aceitar apanhar mais em público. Será que não vale a pena repensar por uns dias esse pragmatismo que acovarda a esquerda?

Deve-se seguir em frente, sem medo de ser feliz, nem de Hugo mamata!

 Save as PDF