
Há textos que não sei como surgem, nem mesmo como terminam, por uma sensação única de vazio e de incompletude e que apenas as palavras (quaisquer) descem para preencher e dão novo sentido ao que sinto, ou o que não se sinto, mas que precisa ser dito por alguma expressão, no meu caso um analfabeto em música, canto e instrumentos, nem em outra arte visual. somente as letras (ruins) suprem (para mim) as lacunas e ausências.
As músicas, os filmes e os livros sempre foram meus companheiros de dores e alegrias, no fundo me salvaram de mim mesmo, de minha natureza bruta/brutal, deram sentido à minha existência e tocam fundo meu coração, muitas vezes me fazer encher de lágrimas os olhos, além de soluçar sem medo do choro, pois a emoção vem por sentimentos estranhos e alheios, que confluem e me libertam da opressão da mente, do controle de tudo de ter que estar sob controle, mas no fundo nada pode e nem deve ter uma força que aprisione o nosso eu, aquele que não há como silenciar e nem domar completamente.
Ao ouvir alguns acordes de músicas que tanto amo, eles têm um poder incrível de mudar meu estado de humor, não importando qual a direção, mas é viver aquele momento com toda intensidade que possa ter. Poderia citar várias e várias, mas cada uma delas respondem aos vários estágios de minha trajetória, quando o mundo ia acabar, em 12.12.12, fiz a minha lista até ali (Canções Para que o Mundo não Acabe), algumas permanecem, outras se foram, poucas entraram nesse caminho, mas todas têm sua razão de ser.
Por aquela época fiz listas de filmes que eram a minha razão de entender cinema (no post Filmes Para que o Mundo não Acabe ), alguns deles até resenhados aqui, outros não consegui, mas era o que tinha visto, mas tenho certeza que poucos vieram depois que mude aquela lista, talvez não tenha visto tantos filmes, ou pouco me fizeram pensar com mais profundidade, ou simplesmente porque fiquei menos tolerante ao mundo e às novidades dessa arte.
O que também assim se reflete com a minha lista (no post Influências Literárias), poucos livros vieram ou que tenha lido maravilhado, o tempo e a idade explicam essa dinâmica, como se naquele breve instante a minha existência tenha sido paralisada, o depois não foi tão dadivoso, o que parece ser um reflexo de um mundo pior, mais estúpido, ou apenas que realmente minha sensibilidade tenha decaído, tenha ficado refratário ao passar do tempo.
Não há fim, aquilo que não teve começo…