2598: Pesquisas e induções, contrainformações!

Os institutos de pesquisas e suas ideologias escancaradas, ou secretas.

Raramente duvido de qualquer pesquisa, algumas vezes é preciso captar o método e as diversas metodologias usadas e os seus recortes específicos de como foram elaboradas e como foram apresentadas para o público em geram, mas principalmente a quais interesses as pesquisas servem e o que elas criam por indução/medo e que exige de mudanças.

O fato concreto é que as pesquisas foram mudando muito nesses últimos 40 anos, e os institutos de pesquisas mais ainda, dificilmente hoje pode-se comparar uma pesquisa com outras ou mesmo dentro dos próprios institutos, pois em parte foram aprimorando suas metodologias, outra parte adequando-as ao gosto do freguês, então há sempre um risco enorme em seguir as “tendências”, especialmente por pesquisas contratadas por seus inimigos/adversários de classes.

Pesquisas têm conteúdo ideológico, até parece bobagem repetir que não se deveria confiar cegamente em alguns números, em particular aqueles que trazem sentimentos enviesados, feitas de forma não totalizantes, apenas por algumas regiões, substratos sociais de um país continental como o Brasil, com realidades tão diversas, por regiões estados e muitas vezes dentro de uma mesma cidade, fruto das relações econômicas e sociais tão díspares,

Então, penso que devemos tratar cada pesquisa com respeito e muito cuidado, para não sermos vítimas de duas coisas antagônicas:

  1. Desprezo pelo que foi captado, achando que tudo tem um viés contrário;
  2. Assumir como verdade tudo aquilo que foi mostrado por uma pesquisa.

Esses dois vetores podem criar uma alienação sobre o sentimento popular, ou no sentido inverso, uma paralisação de ações, e no pior cenário mudar tudo sem entender o que realmente cada pesquisa traz de verdade, ou seria apenas expressão de desejo de quem as pagou, adequando ao gosto deles, criando um cenário de contrainformação que pode nos levar ao caos.

Nesse sentido, o próprio governo deve ter, ou deveria ter, suas próprias pesquisas com metodologia coerente e a mais amplitude em que possa captar os variados sentimentos (sem receio de que sejam negativos), por um lado. Em outra mão, ter uma equipe capaz de estratificar dados e informações para alimentar efetivamente as mudanças captadas nas sondagens, adequando nas ações, trocando umas por outras, ou reforçando aquilo que efetivamente está correto.

As redes sociais contribuem para uma confusão de sentimentos, em pior sentido, são mais suscetíveis às manipulações, quando se usa de métodos sujos para espalhar informações falsas, que não se precisa de qualquer comprovação, gerando prejuízos e ondas/tsunamis terríveis, muitas  os próprios números de “visualizações” ou compartilhamentos são miragens, mas que impactam me nossas mentes, mesmo as mais céticas.

É um ambiente pantanoso, mesmo se olhando friamente, ou pragmaticamente que o Governo Lula tem tomado ações e medidas para criar um ambiente melhor do ponto de vista econômico, político e social, a sensação é que isso não chega nos cidadãos e cidadãs comuns, como se houvesse uma assincronias entre ações e respostas, ou que sejam ignoradas, incompreendidas, o que de certa forma demonstra o atraso completo no uso da comunicação, mas não só isso, a noção de que toda decisão política é escrutinada e precisa de uma explicação coerente.

Há sentimentos contraditórios entre a melhoria de vida geral que se expressa nos números econômicos (PIB, empregos, renda), nos supermercados, nos restaurantes, nos aeroportos, ao mesmo tempo um pessimismo de que tudo esteja caro, que a carestia vem de agora, não de antes, o que não é simples de se explicar e mesmo de entender, mais, que os preços não cairão o bastante, como a recomposição de renda não supre essa diferença.

Captar esses sentimentos e como trabalhar numa perspectiva de longo prazo não parece simples, as pesquisas trazem essas pressões imediatas, que causam estragos nos planos de comunicações, mas isso é um reflexo das decisões políticas, de como elas se sustentam e por quanto tempo, são desafios que passam por 2026, mas vão muito mais além.

Ao trabalho!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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