
Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
(Wish You Were Here – Pink Floyd)
Há mais de 40 anos o Pink Floyd entrou em minha vida, para não mais sair, naquele ano (1984) oficialmente o grupo tinha se acabado, o The Final Cut, era quase o Pink Floyd, mas sem Richard Whight, com David Gilmour e Nick Mason quase acompanhante de luxo de uma obra completa de Roger Waters sobre suas memórias dos pós-guerra, do seu pai e no ambiente da guerra das Malvinas que ameaçava ser uma terceira guerra mundial.
Bem, mas não é sobre a história do grupo, para mim, o mais importante do rock na sua versão progressiva, viagens e conceitual. É sobre a minha relação como as suas músicas, de como marca minha vida, em tantos momentos, alegres, tristes, trágicos, cômicos, de calma e euforia, que me ajudou a viver e a suportar situações limítrofes e a ter um escape seguro e de longas viagens para minha natureza mais profunda.
Passei por todas as etapas, disco de vinil, ainda em Fortaleza, depois fitas K7, ao mudar de lugar em lugar em São Paulo e pelo Brasil, ouvindo em walkman, depois discman, já com CDs, muitos deles comprados no Japão e que mantenho até hoje, por fim em mp3 e aplicativos. Mais, em todas as versões possíveis e descobertas, do grupo original, das experimentações, dos covers que eles fizeram, dos solos de Waters e Gilmour, aos seus convidados, ou de resgastes de gravações e demos, recentemente Gilmour e Romany (sua filha talentosa) a última descoberta.
Os Floyds foram meus companheiros na leitura da Divina Comédia, nos primeiros meses de 1991, em Florianópolis (SC), depois Porto Velho (RO). Na primeira cidade, nossa equipe de trabalho (em Telecomunicações – NEC/Nesic) alugou uma casa antiga e tinha uma banheira velha que a enchia e ficava por horas lendo Dante e trocando as fitas no wlakman. Na segunda tinha uma piscina (quase um tanque) em que ficava naquele calor amazônico, lendo e ouvido, aplacar as incertezas daquela época. Eram viagem oníricas, uma combinação explosiva de Dante e o Pink Floyd,
Um pequeno salto, entre junho e novembro de 1996, morei no Japão, lá além dos CDs originais, tinham vários demos de shows que comprei e junto um discman maravilhoso, que era minha companhia de solidão do hotel, de saudades de casa, do Brasil, outras coisas incertas, ali descobri Kenzaburo Oe, mais uma vez a leitura era acompanhada pelas canções e solos, as novas fronteiras das gravações dos shows transformas em CDs, quando não havia Youtube, além da incrível qualidade dos CDs japas.
Uma última vez dos quatro cavalheiros da formação clássica do Pink Floyd (Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason), em 02 de julho de 2005, Live 8, Londres, vi pela televisão emocionado, depois tantas vezes no Youtube, um intervalo de 24 anos do show anterior. A banda comandada por David Gilmour lançou sem Waters:
- A Momentary Lapse of Reason (1987)
- The Division Bell (1994) (com músicas inéditas)
- The Pulse (1995)
- The Endless River (2014) (com músicas inéditas)
Esses dois últimos com músicas inéditas, David Gilmour gravou álbuns lindos, com suas composições e sua maravilhosa guitarras e voz. Recentemente fez um pequeno álbum Luck and Strange, com uma pérola maravilhosa, a gravação com a jovem filha, Romany Gilmour, de uma música absolutamente do The Montgolfier Brothers, ‘Between Two Points’, que é quase impossível parar de ouvir e relembrar.
Muito obrigado, Pink Floyd, por tudo!