Arnobio Rocha Estado Gotham City A Democracia é um Estorvo para o Ultraliberalismo – A disputa no Brasil!

A Democracia é um Estorvo para o Ultraliberalismo – A disputa no Brasil!


A Democracia e o espiral de crises constantes.

Diante da “nova crise” fabricada pela Folha de S. Paulo, que mirou no Presidente Lula, usando questões secundárias contra Ministro Alexandre de Moraes, num esquema de arapongagem, claro que parte do mundo jurídico procurou um ajuste de contas em face do ministro, algumas questões justas sobre a condução dos processos, outras francamente resvalam na completa incompreensão do jogo jogado, que tem como pano de fundo o Estado e a Democracia, ainda que por via tortas, Alexandre de Moraes, indicado por um golpista, Temer, seja um personagem de relevo e de grande importância na defesa da Democracia.

Talvez seja importante rebobinar a fita para entender o cenário amplo da luta política em pelo menos em 10 anos, para que se tenha coerência em cada passo que se tome e se defenda contra o ultraliberalismo. Em setembro de 2014, escrevi um artigo em que perguntava:

  1. Uma questão me assombra e me leva a mil pensamentos como desdobramentos dela: Por que a Democracia Burguesa atual é tão frágil? Ou melhor, por que as instituições governamentais ruíram de forma tão rápida em vários países, com revolta, ou sem ela, tais como Espanha, Itália, Ucrânia, Egito, Turquia e Venezuela?
  2. Por que um país relativamente estável economicamente, como o Brasil, foi balançando por duas semanas de revoltas (junho de 2013) sem nenhum eixo claro de alternativa de poder?

Nesses últimos 15 anos tenho trabalhado e escrito sobre estas mudanças das formas do Estado que Kapital impôs, entendeu que o Estado de Bem-Estar Social era o maior empecilho à saída da Crise, sendo a Democracia a parte crucial do Estado que deveria ser desmontada. Nesse sentido, descrevo como sendo Estado Gotham City, um aprofundamento de representação não importando se era com Merkel e Obama, ou Trump/Biden e Olaf Scholz, Macron, nem mesmo Kamala/Trump, são as imagens deste novo Estado, em que a Democracia pode se tornar irrelevante.

O filosofo, Giorgio Agamben, disse numa palestra, ainda em 2013, que:

“Uma reflexão sobre o destino da democracia, aqui e hoje, em Atenas é de algum modo perturbante, porque obriga a pensar o fim da democracia precisamente no lugar onde nasceu”

Ele acrescenta afirmando:

“Na verdade, a hipótese que gostaria de sugerir é a de que o paradigma governamental dominante na Europa de hoje não só não é democrático como não pode sequer ser considerado político. Irei portanto demonstrar que a sociedade europeia já não é uma sociedade política: é algo totalmente novo para o qual nos falta ainda uma terminologia apropriada e para o qual teremos, portanto, de inventar uma nova estratégia”.

O que se aprofunda hoje são as contradições de classes em luta, não se anunciou um novo sistema. A luta de vida e morte do Capital(K) contra o Trabalho é pela maximização da Taxa de Lucro, não existe um distencionamento da luta de classes. Aliás, na época da revolução da microeletrônica, dos sistemas digitais, dos algoritmos e da chamada Inteligência Artificial, ao contrário do se pensa, nunca fomos tão explorados, o tempo necessário para remuneração do trabalho produtivo é cada vez menor.

Esses tempos estranhos, o Kapital, controlado pela fração do Kapital financeiro, com a orgia praticada pela nuvem de trilhões que se move pelo mundo destruindo economias, povos, nações, Democracias e histórias, não nos surpreende que abertamente pregue, para seus acólitos, que a democracia e a política já não são importantes, que no fundo atrapalha o “crescimento econômico” e sua capacidade, individual, de ser rico, por seu mérito.

É esse o epicentro do Caos!

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