Arnobio Rocha Reflexões Luana, 21 anos. Nossa Lua e todas as estrelas.

2196: Luana, 21 anos. Nossa Lua e todas as estrelas.


Luana, 21 anos, a “mãe” dos gatos.

Minha amada filha, minha Luana, minha Lua, meu amo.

Incrível, mas é verdade, hoje, 11.10.2022, você completou a maioridade plena, 21 anos, vividos de forma tão intensa e bela. Parece que foi ontem que numa quarta-feira, às 6 da manhã estávamos indo para maternidade São Luiz e pouco depois, às 7:16, o choro de felicidade, aquela linda menina de olhos grandes azulados, depois verdes, sempre sorridente chegou para nossa imensa felicidade.

A pequena Luana em tudo era precoce, se punha de pé no berço com pouco mais de seis meses e andou com 10 meses e 15 dias. Andava pela casa, um pequeno apartamento, parava diante da TV, uma Panasonic de 29′, e ligava e desligava, e sorria, era uma diversão dela, logo “queimou” a TV, saía do berço e corria para nossa cama, sorrindo e amolecia nossos corações e sono, pois raramente chorava, deixou o choro para mais tarde.

O vocabulário dela com menos de dois anos impressionava, fruto da intensa convivência com Letícia que tinha 4 anos a mais e “cuidava” da Luana, lia para ela, assistia os desenhos, filmes, fazia teatro, artes, jogos, atividades que ajudaram no desenvolvimento de ambas, e dava confiança para aquela menina tão esperta, “ispilicute” e corajosa, de cavalos à montanhas russas.

Na escola aprendeu a ler e escrever com facilidade e nos pôs numa encruzilhada para avançar de série e a idade não adequada, preferimos que ela ficasse na classe com idade semelhante, mesmo que ela tivesse mais adiantada.

Luana foi plena na Escola Municipal de Iniciação às Arte (EMIA), canto, dança, teatro e piano (tocava de ouvido, para desespero da professora). Ouvia uma música, ia ao piano e tocava, compôs uma pequena peça (Athena), que segue no vídeo abaixo, aos 12 anos.

Nossas vidas foram abaladas com a longa doença e morte de Letícia, que mudou o rumo de cada um de nós, mas vivemos intensamente aqueles 8 anos e meio. Viajamos muito, fizemos festas, conversamos, vimos muitos filmes, séries, choramos, rimos juntos, uma amizade enorme e muito amor, muitas vezes não podemos acompanhar tanto Luana em suas angústias, no seu pleno desenvolvimento, vivíamos situações limites e excepcionais.

Nos 15 anos, Luana repetiu o pedido que fez aos 8, 9 anos, de que não queria festa, mas uma viagem ao Japão. Letícia estava sob tratamento, raramente me afastava de São Paulo, mesmo assim, decidimos ir, nós dois. Fomos para Paris, depois Tóquio, Osaka, Kyoto, Nara. Foram quase 20 dias de uma viagem de sonhos, uma companheira maravilhosa, topava tudo, andamos a pé quase 200 km nessas cidades.

Perdemos Letícia, uma tragédia que nos dói todos os dias, nossa Luana foi ao seu limite, mas voltou mais forte, mais madura, uma mulher espetacular, extremamente inteligente, perspicaz e sensível. Morou por ano em Fortaleza, enfrentou uma realidade sozinha, cresceu e floresceu.

Luana vive seu tempo, enfrenta seus desafios e tanto nos orgulha por ser quem ela é e o que deseja ser. Suas fase e vida, desde a menina editora de jornal da escola, passando pela primeira bailarina, agora a intelectual, a desafiadora, questionadora e intensa.

Muito obrigado, filha, seja feliz ao seu modo, nós te amamos, Mara e eu.

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