Estamos chegando ao final desse diário de bordo, de nossa maravilhosa ao Japão. Os dois últimos visitamos muitos lugares. Alguns inclusive que nem eu tinha ido antes, como a Tóquio Skytree a mais alta torre da cidade, em Asakusa. Também fomos conhecer Daiba, uma região que era meio abandonada nas antigas docas e hoje tem umas construções futuristas, laboratório experimental da Sony e museu de cera Madame Tussauds.
Na segunda recebemos a companhia de Masanori, primo da Luana, filho de Hirotoshi e de Rosane, um casal dos mais improváveis, ele é japonês que morou no Brasil e em visita ao Ceará a conheceu numa praia em meados dos anos de 1980, mantiveram contato, namoro e casamento. Moram no Japão desde 1990, têm dois filhos, Reiji e Masanori.
Encontramos Masanori no hotel e partimos rumo à Asakusa, para visitar o bairro histórico com seu belo templo e a Tóquio Skytree. Chegamos bem cedo ao espetacular edifício do famoso observatório, instalações bem mais modernas do que a do concorrente, Tóquio Tower. Um elevador que subiu os 350 metros em menos de um minuto.
A visão é estupenda, de um ângulo diferente, mais ampla e que permite ver os limites da cidade, as principais vias, algumas das grandes estações de trens, seus trilhos que cortam a cidade de lado a lado. Uma infinidade de prédios novos e antigos, o rio que circunda a cidade, além da baía de Tóquio, com o Aeroporto de Haneda ao fundo. Lindo demais, o dia claro, com sol, ampliou a visão.
Depois seguimos para o grande templo de Asakusa, na verdade um complexo de vários e simbólicos templos, tendo ao fundo o maior e mais famoso, templo de Senso-ji, dedicado ao bodhisattva Kannon (Buda iluminado e misericordioso). O templo é imenso, riquíssimo em imagens, de simbolismos de uma fé que desafia a modernidade externa.
Pelas avenidas do bairro de Asakusa são feitas as famosas festas religiosas, Matsuri, mas também há um carnaval brasileiro com escolas de samba criadas por japoneses, com passistas levados do Brasil e que ficou bem tradicional pela imensa comunidade brasileira que se reúne lá. É uma atração turística que leva milhares de pessoas as ruas para assistir ao desfile e dançar.
Saímos de Asakusa e rumamos ao extremo sul da cidade, ao teleporto, uma área desconectada de Tóquio, que começou um processo de revitalização das antigas docas do porto. Prédios estilizados, dois shopping centers, um imenso prédio em que funciona um show room da Toyota faz parte desse complexo para atrair empresas e visitantes.
Visitamos o laboratório experimental e futurista da Sony em que testam protótipos e soluções para seus principais produtos de TV, som, celulares e jogos. No mesmo shopping fomos comer num restaurante que serve comida típica de Osaka, Okonomiyaki, algo como se fosse um crepe ou de verduras e filetes de carnes, frito ali na sua mesa. Parecia estranho, mas era muito bom.
Fomos ao museu de cera, Madame Tussauds e andamos muito na região, que tem uma ponte pênsil entre um lado e outro da estação de trem.
De lá fomos até Shinjuku visitar o shopping Takashimaya e em seguida a Roppongi conhecer um “café” que você cuida de porco espinho da Índia. Andamos pelo bairro esperando o anoitecer para irmos jantar com Reiji, o irmão de Masanori, em Lidabashi, num restaurante que servia yakitori, espetinhos de frango de todos os tipos que se imagine. Local bem apertado típico de happy hour, cheio mesmo numa segunda. Reiji foi um excelente cicerone. Dia muito agradável, extremamente movimentado.
O último dia, tomamos café, fechamos a conta do hotel, guardamos as malas e fomos mais uma vez passear pela cidade. Conhecer mais ruas em Harajuku, depois Ueno e Okachimachi. Era uma dolorosa despedida, depois de tantos dias maravilhosos, o nosso silêncio denunciava o nosso cansaço e tristeza da partida.
Neste dia almoçamos num Kaiten, restaurante em que os pratos com sushi ou sashimi ficam em cima de uma esteira que gira no balcão, você escolhe e vai acumulando os pratos e depois paga somando seus valores.
No final do dia passamos no hotel, pegamos nossas malas e partimos para o aeroporto de Haneda. Jantamos no aeroporto, fizemos o check in, no final descobrimos o serviço de banho, uma maravilha, após um dia corrido tomamos um excelente banho no aeroporto.
Ficamos com as centenas de fotos, lugares e muita saudade. Quem sabe um dia voltaremos.
Textos anteriores: “Crônicas do Japão“, sobre 1996. Aqui já foram publicados, nessa nova fase, os textos:
- Japão: A Viagem em Números
- Japão: Hotel, Transporte e Internet
- Japão: Café, Comida, lanches.
- Japão: O que é Imperdível? Vol. I.
- Japão: O que é Imperdível? Vol. II
- Japão: O que é Imperdível? Vol. III
- Japão: O que é Imperdível? Vol. IV
- Japão: O que é Imperdível? Vol. V
- Japão: O que é Imperdível? Vol. VI