Dando sequência ao nosso relato sobre a viagem ao Japão, iniciado no A Viagem em Números. Neste post darei algumas informações sobre hospedagem, hotéis e comunicação. Coisas que vivi nessa viagem e que podem ajudar a quem pretende se aventurar no Japão. Usei o dólar como referência de para facilitar o planejamento e saber dos custos dos principais itens importantes que devem ser levados em consideração.
Voltei a Tóquio vinte anos depois e tive a sensação de que foi ontem, pois a cidade essencialmente me pareceu igual. Dessa vez a entrada foi pelo aeroporto de Haneda, localizado na baía de Tóquio, muito próximo da cidade, ao contrário do distante aeroporto de Narita. Como chegamos de madrugada tivemos que ir ao hotel de táxi (US$ 100 por 30 km), sem puder pegar o monorail que liga ao complexo de trens de Tóquio.
Por um problema de tráfego aéreo, nosso voo foi desviado para Nagoya e depois de cinco horas chegamos a Tóquio, acontece em qualquer lugar do mundo, para você que enche a boca e grita: “isso só acontece no Brasil”. Pior, a companhia aérea (a ótima Air France) simplesmente desejou boa estada, não se preocupando com o horário e a falta de transporte público para sair do aeroporto. Cada um que se virasse.
Ficamos quase duas horas numa fila de táxi, sob frio de Zero Grau, numa organização tosca e inacreditável para pegar um táxi, que é caro demais. Por sorte tinha avisado ao hotel sobre o nosso atraso e não perdemos nossa reserva, já paga antecipadamente. Mais uma vez, essas coisas acontecem e temos que saber lidar com o estresse, no caso também, fome e muito frio, do rigoroso inverno japonês.
Aqui, uma primeira ótima mudança que senti de cara, o inglês é mais falado e mais compreendido hoje do que vinte anos atrás, sem isso teríamos tido mais dificuldades no hotel e no táxi.
Ficamos nos primeiros dias em Tóquio num ótimo hotel bem próximo à estação de Ueno, de uma rede chamada APA. Quarto pequeno, apertado, mas muito funcional. Café da manhã oriental e com complemento “ocidental”, que atendeu bem o que queríamos. Serviço quase todo automatizado, sem precisar muita interação com a portaria. Em Osaka ficamos no hotel Granvia (num prédio sobre a estação de trem de Osaka) e na volta a Tóquio, num hotel da rede Tokyu Stay, em Shimbashi.
Uma coisa boa é procurar ficar próximo às estações de trem, para facilitar os deslocamentos, principalmente na hora de carregar malas. Hotéis custam em media Cem dólares a diária, se houver café da manhã, vale comprar também. Todos os meus hotéis adquiri nos site hoteis.com e decolar, já pago em reais, funcionou perfeitamente, pesquise pois o preço de balcão é assustador.
Comprei no Brasil o Japan Rail Pass (na Gemma Turismo, entregam o Voucher em casa) e a primeira coisa que fizemos logo cedo, foi a troca do voucher, na estação de Ueno (JR – a principal companhia de trens do Japão). Atenção, pois é fundamental para quem for visitar o Japão a compra desse passe, pois o custo de transporte é muito alto, com ele se faz uma grande economia.
O JR Pass tem três modalidades de duração para uso: 7, 14 ou 21 dias. O de 7 dias custa cerca de US$ 300. Importante saber que só pode ser adquirido no país de origem, não é vendido no Japão, a emissão tem que ser com até 90 dias antes da viagem.O Voucher é trocado nas grandes estações da JR para receber uma espécie de Bilhete, para isso é preciso a apresentação do Passaporte, pois ele é emitido com o nome e o número do mesmo.
Com o Bilhete em mãos permite uso de todos os trens: locais, regionais e a duas modalidades do Shinkansen (trem-bala): Kodama e Hikari. Assim, viaja-se para as cidades distantes com extrema rapidez. As partidas do shinkasen geralmente são na Tokyo Station, uma das maiores da cidade. O JR Pass não dá acesso aos metrôs das cidades nem ao kintestsu, um outro tipo de companhia de trem.
Para quem vai ficar em Tóquio, ou em cidades grandes como Osaka, Nagoya, uma boa opção é comprar o passe diário da JR que custa Oito dólares, para uso apenas de trens. Ou comprar o passe integrado, que une JR mais Metrô, custa Dezesseis dólares e permite acesso aos dois sistemas, por um dia.
Uma diferença significativa nesses vinte anos foi a renovação dos trens da JR, que eram bem velhos, pareciam reformados, hoje todos novos. Por outro lado, o metrô, que era bem novo, me pareceu bem descuidado, estações e vagões velhos, com qualidade bem inferior em comparação com os trens da JR. O complexo de transportes sobre trilhos é imenso, eficiente, mas muito caro também.
Além disso, em ambos os sistemas (JR e Metrô), há uma poluição visual terrível, com muitas propagadas de todo tipo de produtos. Também uma poluição audível, os alto-falantes despejam informações em japonês e inglês, alguns também em chinês, pois há uma invasão chinesa irresistível. Mas o barulho incomoda, vão muito além da informação, serve como um controle sobre tudo, quase paranoia, para um ocidental é estranho.
Para se locomover em cidades como Quioto, Nara e Hiroshima compre os passes diários dos ônibus locais, nessas cidades os principais templos e monumentos não ficam próximos de estações de trem, então o ônibus é uma alternativa, táxi é muito caro. Comprar o bilhete único barateia muito, em geral custa Cinco dólares a diária. Nos ônibus não há cobrador, o motorista faz tudo, além de “narrar” o trajeto, agradecer quem entra e quem desce no ônibus, alto-falante a mil.
A internet, principalmente móvel, predomina o 4G (LTE, alguns recursos de 4,5 G também) é ampla e funciona bem, não esperem milagres, pois há uma enorme densidade, o que faz com que a eficiência de velocidade caía, não importa se é aqui ou no Japão. Há wifi grátis em lojas e restaurantes, no aeroporto, mas tem que fazer cadastro.
Optamos por alugar um “Wifi-To-Go 4G”, um aparelhinho que lembra os antigos BIPs usado nos anos de 1990. Ele permite conexão de Dados em 4G de até 10 aparelhos simultâneos, funciona como um hotspot móvel. Pode se alugar nos aeroportos (Haneda e Narita, postos de aluguel funcionam de 6:45 às 23:00).
Como chegamos após a meia noite, alugamos num posto de informações turísticas (HiS) em Ueno, precisa de passaporte e cartão de crédito para deixar um calção de cem dólares para caso de não devolução do aparelho.
O Custo é em torno de Oito dólares a diária, com dados ilimitados, ou quarenta e quatro dólares por sete dias, com 7 Gigabytes de franquia. A melhor opção é o ilimitado, pois pode-se usar sem se preocupar com franquia. Funciona bem, nos trens (inclusive no shikansen), mais ou menos no metrô, também levamos para várias cidades com bom desempenho, quase sempre em 4G.
Dicas úteis: Tenha um recarregador móvel, pois a bateria do aparelho acaba em oito horas no máximo. A Vivo tem um serviço de Roaming internacional que custa sessenta reais por dia (no Japão), funciona bem, uso ilimitado de dados e uma franquia de 50 minutos de voz, usei no primeiro dia.
Ótimas dicas!