274: Crise 2.0: Questões do Brasil

 

 

Os trilhões que assustam o Mundo

 

A série sobre Crise 2.0 tem uma colaboradora fundamental em TODOS os artigos, a minha querida amiga Marinilda Carvalho, ela não apenas lê os artigos, ela comenta, aponta as questões, incentiva e pede mais, instigando-me para que continue a pensar mais e, mais estruturadamente.

No artigo Crise 2.0: Uma Tese, ela me fez um grande questionamento, que, se ela pensa que passei apenas os olhos, se enganou, desde terça, venho pensando como melhor responder. Vamos às questões:

“Hoje o Nassif volta a falar da guerra cambial (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-brasil-acorda-para-a-guerra-cambial#more). Em entrevista ao Nassif no dia 11 (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/dilma-exclusivo-vamos-defender-a-industria-brasileira), a Dilma falou das medidas para enfrentar um tsunami que se aproxima, recessão com excesso de liquidez, que a presidenta chama de bolha monetária. Rapaz, temos que analisar isso também, né?, há uma pedra no caminho do nosso país. O que você acha?

 

Sobre a questão da Tsunami em si escrevi, Marinilda se recorda, três artigos para entender do que estava a se falar:

  1. Crise 2.0: 50 trilhões Menores;
  2. Crise 2.0: Chuva de Trilhões;
  3. Crise 2.0: Especulando com Trilhões

 

O Primeiro post dava conta de que a especulação em bolsas perdeu mais de 50 trilhões desde a quebra do Lehman Brothers, parece muito, mas se olharmos que o capital nas bolsas giram em torno de 480 trilhões ou 10 vezes a Economia real, percebemos que o tombo foi de 12%.

No Segundo caso, demonstramos o poder de fogo dos BCs em particular o FED e BCE, para mais uma vez demonstrarmos que a ideologia neoliberal é uma farsa, usada em particular para estrangular as economias dos emergentes ou dos países de economia periférica na Europa( Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda), exigem sacrifícios inacreditáveis destes, mas gastam trilhões salvanda a si e às parcelas capitalistas que controlam o Estado ( Grandes Bancos e grandes empresas, que em regra são controladas por eles). (Especulando com Trilhões)

O último artigo assim poderia definir:

Mas, não fica apenas nisto, estas novas injeções a juros quase Zero do FED e 1% do BCE alimenta uma nova ciranda especulativa, os bancos privados tomam estes trilhões e correm ao mundo em busca de taxas favoráveis de juros, como as do Brasil, Turquia, e outros para reinvestir e ter grandes lucros, atacando as moedas locais.

 

Também de nossa lavra, tratando da questão do ataque especulativo contra moedas dos emergente escrevi o artigo Crise 2.0: Tsunami Monetária. Este conjunto analítico, que, se lidos em sequência, talvez responda às questões que, corretamente,  a Marinilda levantou. Penso que agora, reunindo aqui,este quatros artigos, e lendo em conjunto pode esclarecer como vejo esta questão dos trilhões, que, maravilhosamente, foi definida assim, por Robert Kurz:

“Desde que o capital monetário, em grande parte “sem emprego”, começou a desvalorizar em crashes financeiros e crises de dívida, os bancos centrais vieram tapar o buraco. Por todo o mundo eles injectam no sistema bancário dinheiro criado do nada por prazos cada vez mais longos. O BCE aumentou o prazo dos empréstimos de um máximo de três meses primeiro para um ano e depois para três anos e com este termo alargado distribuiu pelos bancos mais de um bilião de euros em duas tranches num trimestre. A maior parte deste dinheiro está a esconder a desvalorização da massa de créditos malparados, a manter à tona de água os balanços dos bancos e das grandes empresas em dificuldades e a fazer subir a cotação das acções”. ( Desvalorização Dupla por Robert Kurz,no Blog Diário do Colapso )

 

Brasil e seus desafios

 

 

 

Óbvio que o Brasil tem muito a se preocupar, hoje ocupa o sexto posto da Economia Mundial, quase com o mesmo PIB do quinto,a França, tem muitas mazelas históricas, uma sociedade polarizada, um parlamento que mais parece um balcão de negócios, falta de visão de nação por parte da burguesia local. Há ainda desconfiança quanto ao projeto do PT, que se constituiu como o único partido nacional com projeto de poder e nação.

 

Os vários avanços econômicos, de incorporação de amplas parcelas que viviam à margem da cidadania, sem emprego ou renda, ainda não se traduziu em avanços políticos, o nível de negociação para implementar qualquer mudança nos três poderes é extremamente lento, desgastante e que emperra o salto para frente do país. Em alguns momento é um verdadeiro “milagre” o que se fez até agora, leia aqui para entender mais do que falo: Crise 2.0: Momento Brasil .

 

Esta série não pretende discutir nem tática, nem conjuntura nacional, exceto, como neste caso, for absolutamente imprescindível, pois senão, não entenderemos por que apoiamos tacitamente o Governo Dilma, que nos parece de extrema urgência, só assim, pode-se efetivamente chegar em outro patamar de país e nação, o que não nos parece pouco, visto que, a menos de 10 anos, pensava-se em atrelar o Brasil ao EUA, como forma inexorável de vencermos nossas mazelas, com o PT se mostrou o contrário, isto é MUITO.

 

 

 

 

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

0 thoughts on “274: Crise 2.0: Questões do Brasil

  1. UAU, melhor definição do país que vi nos últimos tempos! (Óbvio que o Brasil tem muito a se preocupar, hoje ocupa o sexto posto da Economia Mundial, quase com o mesmo PIB do quinto,a França, tem muitas mazelas históricas, uma sociedade polarizada, um parlamento que mais parece um balcão de negócios, falta de visão de nação por parte da burguesia local. Há ainda desconfiança quanto ao projeto do PT, que se constituiu como o único partido nacional com projeto de poder e nação.) Sim, é um milagre. Viu a Dilma sobre a Argentina, mesmo negando que tenha dito? Com aquele crescimento do PIB, vale uma certa inflação? Tenho tantas dúvidas sobre isso…

    Valeu, amigo, mas quem instiga a gente a pensar é você! E vem cá, e pra enfrentarmos o tal tsunami, vamos conseguir?

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