
A vida é feita de marcos, por tempos, datas que fixam aqueles momentos que nos farão lembrar para sempre, que nossas vidas mudam e não retornar mais ao leito “normal”, seu curso e perspectiva. Há 15 anos, exatamente num 11 de junho de 2010, no dia da abertura da Copa do Mundo da África do Sul, meu mundo desabou quando minha amada filha, Letícia (em sua memória) foi diagnostica com Leucemia, assim, descrevi aquele dia: #Leucemia : Quando ela bate na sua porta!
Foram muitos anos e escritos sobre os 8 anos e meio de idas e vindas da terrível doença, que finalmente a levou para sempre, nos últimos episódios da fatídica semana de 12 a 18 de novembro de 2018. Letícia já adulta, com 21 anos, estudante de Odontologia, na USP (seu sonho e realização), foi vencida e faleceu tragicamente, em parte pela doença que a acompanhou por longo tempo, na segunda recidiva. Em outra parte pela tríade de irresponsabilidade do hospital Samaritano.
Todos fomos derrotados, Mara, Luana e Eu, uma perda devastadora. Esse blog trouxe minha dor, meus desabafos, aqui contei as tolas alegrias a cada vez que vencia uma etapa, ou mesmo quando obteve duas remissões, na segunda havia incredulidade da sua médica de ela vencesse a Leucemia, na aba DIÁRIO DE REDENÇÃO, escrevi vários artigos que virariam um livro em homenagem à Letícia, ainda não tive forças e coragem de concluir, já fiz uma fusão, mas nunca consigo fechar as feridas e as dores, para reler e dar a redação final.
Na ocasião dos 10 anos da doença publiquei o artigo #Leucemia: 10 Anos depois – Hora de Renascer. Seria um impulso para finalizar o livro, mas naquele 11 de junho de 2020, a Pandemia me fez adiar mais uma vez a ideia, que vem e volta na minha mente.

Incrível que sejam 15 anos, que nos separam daquele dia, do mergulho ao desconhecido, mesmo subindo para tomar ar, jamais senti que consigo respirar, ou passar um dia sequer sem dor, qualquer uma que seja, obviamente a idade traz um peso, mas é algo mais profundo que nenhuma dessa frases feitas resolvem, como aquela que o “o tempo cura”, “deus sabe o que faz”. Nem o tempo cura, nem deus existe, se existir ele não explicaria a razão para tão grande mal.

Minha Letícia, continuo o mesmo pai rabugento, chato, de humor incerto, apenas uma coisa mudou, meu amor por ti só aumentou e me faz viver, mesmo com essa dor que não passará, enquanto tiver consciência e respiração.