A IA e as novas assombrações humanas.
Hoje não discutimos mais como a chamada Inteligência Artificial (IA) vai dominar a realidade do mundo e o destino da Humanidade. O que discutimos é como um padrão civilizatório desses quatro, cinco mil anos da humanidade pode/vai sobreviver a uma IDELOGIA totalitária que é o vetor principal que se aplica na construção da IA.
O simples fato da IA emergir nos anos de 2010 num momento político e ideológico dominado por grupos autoritários e quem controla as principais iniciativas são as Big Techs, produto de uma hiiperconcentração do capitalismo em pouco mais de 100 conglomerados econômicos, no topo, as Big techs. O conteúdo da IA é a capacidade de aprender e de concentração de “conhecimento” em rede de alta capacidade processamento e de responder (em tese) com objetividade (pela maioria de coleta) às questões inqueridas e exigidas para respostas, sem (em tese) subjetividade.
É ou não é a verdadeira liberação do demônio da garrafa?
Por primeiro entender que a definição de “demônio” não tem a ver com a visão judaico-cristã, desse último do novo testamento. Pois, consoante Junito de Souza Brandão, na sua monumental obra “Mitologia Grega”:
Demônio, em grego daimónion, significa deus, deusa, divindade, deus de categoria inferior, como por vezes aparece em Homero; gênio tutelar, intermediário entre os deuses e os mortais, como as almas dos homens da Idade de Ouro; voz interior que fala ao homem, guia-o, aconselha-o, como o demônio que inspirava Sócrates. Em princípio, portanto, demônio não tem conotação alguma pejorativa, como o “diabo”. Com o sentido de Satanás, diabo, demônio não é documentado no Antigo Testamento. Ao que parece, com o sentido que hodiernamente se lhe atribui o “demônio” surgiu a partir dos Septuaginta (Séc. III e II a.C.), generalizando-se depois no Novo Testamento.
E aqui entramos para o debate sobre Inteligência Artificial, em alguns níveis de compreensão, a saber:
- Se é efetivamente a IA é Inteligência como conceito de autonomia de vontade e criar/reproduzir sentimentos humanos;
- Se é apenas uma brand (marca) de marketing, que as Big techs impuseram como lógica do capitalismo 4.0
- O que IA traz de consequências para a vida humana, especialmente no mundo do trabalho. como também nos aspectos políticos, ideológicos, jurídicos e culturais;
- Se IA é uma realidade que pode mudar a humanidade como tal, incluído a suprimindo em processos, trabalhos e a escravizando.
A AI, Inteligência Artificial (Chatgpt, Deepseek, Gemini, Copilot) é vista como a nova miríade do conhecimento, diga-se, não-humano. Há menos de três anos, essa fronteira do conhecimento infodigital eram os algoritmos, posto que eles moldaram idelogicamente (corações e mentes), alterando a autonomia de vontade (humana, Política), tornando os seres humanos (conectados) apenas reféns da tecnologia/ideologia das redes sociais e experimentações em larga escala e imediatas/mediatas raramente vista na história.
Algumas experiência que mexem com a mente, em sensações estranha como aquela de que se apenas falar, ou pensar sobre um produto, imediatamente, parecendo uma assombração, uma empresa aparecia oferecendo o seu desejo no Facebook, no Instagram, tudo por um clique, Muitos acreditavam nesse “milagre”, servia como fonte de que “eles estão nos olhando”, adivinhando nossos desejos, até os mais íntimos, sem percebermos que demos autorização (consentimento viciado) para que nossos aparelhinhos (celulares, tvs, notebooks) possam enviar, o que captar de som e imagens, mesmo quando não usamos, além de liberar para que eles acessem nossos históricos de acesso (conversas) e tenham conhecimento de nossos hábitos por eles.
No mundo político, ideológico e jurídico, a introdução da IA parece algo festivo e bom, aqueles que alertam sobre os graves riscos são vistos como retrógados, dinossauros, entre outras. Há uma adesão acrítica e sem se discutir os limites, as peças de propagandas políticas (eleitorais ou não) e de convencimento ideológico para aceitação de formas de explorações cada vez piores, mas tratadas como normais. Mais a produção de petições, decisões, debates e teses jurídicas usando IA (sem critério, inclusive ético), nos levará claramente a uma visão de direitos cada vez mais excludentes e autoritários, sem embargos (nem de declaração).
Por óbvio, a IA pode ajudar a automatizar muitos processos e eliminar mão de obra humana, mas em outra mão, a IA criará novas profissões que partem da própria IA, outras serão absorvidas pelo conceito de IA, não é o apocalipse, como erroneamente tentam dizer, o desemprego em empresas de tecnologia não são pelo advento da IA, mas passaram a ser atribuídos a ela, sem nenhuma razão própria.
Por fim, não menos importante, há uma tendência de o uso da IA gerará uma série de eventos preocupantes para esse ano e os para os próximos anos, sem sua regulação e discussão mais profunda, aqui são algumas apontadas e são terríveis, a saber:
- Haverá aumento dramático de ataques por engenharia sociais com uso de IA, tanto econômico, fraude pessoais, roubos de imagens pessoais e chantagens, por exemplo, chamadas por fone ou via whatsapp, dizendo ser de banco A, B ou C para que se confirme uma transação, em regra rouba senha do whatsapp ou da própria conta bancária, cartão de crédito.
- Aumento exponencial das Fakenews por IA e Engenharia Social, graças a IA. Pela definição de IA acma, concluímos que a IA é ótima para amplificar fakenews e golpes de engenharia social. Em contrapartida, a IA não é eficaz e sem habilidades emocionais que possam bloquear ataques vindo por inteligência artificial ou não, por não saber discernir as sutilezas de um golpe, de uma mentira bem enredada, não há treinamento para essas habilidades, ou seja, a IA não consegue detectar um ataque de engenharia social.
- O combate nas sombras dos celulares, computadores pessoais e ou corporativos, com um novo tipo de ataque, malware, conhecido como stealers, que não apenas invade, mas estuda quais as melhores informações que podem produzir maiores estragos para pessoas e empresas, fazendo chantagens mais focalizadas e eficazes, burlando sistemas e defesas.
- A Democracia corre mais riscos com IA, entre outras questões, pelo “encantamento”, vista como Mito e verdade, que impedem uma visão crítica, que, pior, não ajuda a combater as armadilhas produzidas pela IA, na verdade por humanos, que usam a IA para amplificar as fakenews, por exemplo.
- A vida pessoal vai ser mais vigiada, o cruzamento de informações, acesso às imagens de câmeras, em qualquer lugar que frequenta, a privacidade será mais atacada por essas informações, não apenas a fornecida livremente nas redes sociais abertas (Instagram, Facebook, Tik tok, Whatsapp) combinada com sistemas de imagens e outros dados públicos. A IA será usada para juntar de forma automatizada as informações dispersas.
O que temos que discutir não é se o demônio foi solto, nem mesmo como colocar de volta na garrafa, mas como sobreviver a ele, à conferir!