“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre”. (O Auto da Compadecida, Ariano Suassuna)
Esses tempos esquisitos em que começam a anunciar a morte de quem está vivo, aliás, parece uma praga antiga, matar-se, antes de morrer, algumas são controversas. Jesus, por exemplo, diz a lenda que foi dado como morto por 3 dias, saiu inclusive no Palestina Journal e no Jerusalém Times, sua morte. Até Tomé duvidou que ele fosse ele, porque leu nos jornais anunciando a morte do Nazareno.
Agora não época da Internet e online, é costume matar mesmo e ganhar cliques. O tal do Epitáfio precoce. A Folha de S. Paulo/UOL chegou a matar o Senador Romeu Tuma por duas vezes, para ajudar seu candidato, José Serra, que estava mal nas pesquisas. Coisa de uns 20 dias, Noam Chomsky, que se trata no Brasil, foi celebrado como morto pelo Diário do Centro do Mundo.
Hoje, 04 de julho, “mataram” o grande professor Fábio Konder Comparato, por alguns minutos, houve grande lamento, pesares, com o “passamento” do professor. Como tudo acontece, nada se apura, essas mortes, ainda bem, foram evitadas.
Por favor, me matem antes, quero ler o que pensam sobre mim.