Arnobio Rocha Crise 2.0 A vitória do TIKTOK, digo, Milei, é a derrota da Argentina?

2335: A vitória do TIKTOK, digo, Milei, é a derrota da Argentina?


A vitória do tiktok, 15 segundos de bobagens

Milei é a vitória do tiktok, do fenômeno dos 15 segundos de fama, que canaliza o ódio ao sistema e aos políticos em geral, sem nenhuma ideia clara, apenas platitudes e desconstrução de fatos e de pessoas (Papa Chiquinho, Lula), não precisa afirmar nada, apenas NEGAR, desde a Ditadura até a própria Argentina, é assustador, mas é a cara da extrema-direita, o que fará? Apenas atacar os sistema, terceiriza o governo e se põe na oposição.

Há um mês escrevi Massa na cabeça, a Argentina respira por aparelhos!, em que saudei a vitória de Massa no primeiro turno, o que era improvável, mas alertei alguns pontos:

A economia da Argentina vai mal e mal, inflação acima de 100%, que provoca um aumento da pobreza e o empobrecimento da classe média, mais baixa. O fenômeno de dolarização informal cria dois mundos, os que têm dólares e os que vivem de pesos desvalorizados, quase virando pó. Esse descontrole de preços e de desvalorização da moeda local se tornou mais visível no pós pandemia.

A inflação de 140% anualizada, 41% da população abaixo da linha da pobreza, uma economia que vai piorando ano a ano, o PIB cresceu esse ano, mas ainda é menor do o de 2017, ou seja, há mais de 6 anos em não há crescimento econômico, uma crise que a moeda não tem nenhum valor, os produtos são dados em garantia.

E o candidato é justamente o ministro da Economia, já foi longe demais em ir ao segundo turno.

Milei é um candidato histriônico, uma piada de mau gosto, um Bolsonaro piorado, pois ele não tem nenhuma experiência pública, seu mandato é de deputado há menos de 2 anos, então não se sabe absolutamente NADA sobre o que ele pensa e diz, é um candidato TIKTOK, 15 segundo de bobagens. Bem ou mal, aqui já se conhecia de longa data o atávico Bolsonaro, nesse caso ninguém te ideia do que será um governo Milei.

Esse tipo de candidatura antissistema cresce numa vaga bem azeitada de Redes Sociais e ao mesmo tempo de desagregação social, um voto de protesto em massa (na verdade contra), que elege um personagem caricato, que esculhambou Brasil, China, justamente os maiores parceiros econômicos, que sustentaram a UTI em que se encontra a combalida economia do país.

As promessas de acabar com o colchão social pode levar a uma tragédia sem precedente, sem ter votos no congresso, nem para passar uma mensagem, ou será que ele vai ressurgir em 10 de dezembro, na sua posse, como alguém que vai dizer que esqueçam as postagem do TIKTOK, provavelmente ele vai terceirizar o governo e brincar nas redes sociais, como foi a prática de Trump, Bolsonaro, que mesmo sendo presidentes, faziam oposição aos seus próprios governo, conforme a tese de Bannon, o importante é NÂO GOVERNAR.

Nesse sentido, esses candidatos-presidentes em campanha permanente, são revolucionários, no sentindo de representarem a oposição ao ESTADO, quando esse Estado não consegue mais resolver as questões essenciais, então quem defende o Estado, como nós, acabamos sendo conservadores, mesmo que tudo der errado, eles vão continuar sendo vistos como alguém que luta contra o sistema.

A racionalidade da Esquerda, mesmo do Centro e Direita, não funcionam numa crise aberta em 2008 e que não se resolve, então não é simples o discurso, é uma construção lógica, mas de difícil comunicar, enquanto a extrema-direita é contra tudo isso que está aí.

É um aviso sobre 2024 e, principalmente, 2026.

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