
Esses dias Brasil e Argentina têm vividos dias tensos em suas relações diplomáticas, incentivada por declarações desastrosas do ainda candidato Javier Milei e continuados com o já eleito presidente, inclusive, convidando o ex-presidente derrotado, Bolsonaro para sua posse, a forma de afastar o Presidente Lula dessa festa e um ato hostil ao Brasil.
Assistindo ao jogo horroroso entre os dois países, fiz um pequeno apanhado do significado de uma ruptura da Argentina com Brasil e China. O jogo terminou com mais uma vitória argentina, melhor em todos os setores do campo, e um gênio (apagado hoje), Messi. Justa vitória, um ânimo para um país numa profunda crise econômica e social, com inflação em 140% ao ano, 42% da população abaixo da linha da pobreza, e sua moeda (sem) peso.
Os números do comércio exterior são os que mais sofreriam, teriam um impacto gigante, numa ruptura irracional, mas como o forte do “leão” Milei, não e a racionalidade, então é bom ter claro, o significado dessa política estúpida.
Comércio exterior argentino (dados de 2022) foi de 170 bilhões de dólares (Exportações 88.446, importações 81,5, com saldo de US$ 7 bilhões). Com o Brasil a balança é de 28,5 bilhões ( 12.637,34 Exportações e 15.978,63 importações), 16,7% do total. Com a china (exportações: 7.928,77, importações: 17.501,91) 15% do total, os dois correspondem a 31,7% de todo comércio exterior da Argentina.
Para 2023, os números apurados até novembro, segundo o Indec (Instituto Nacional de Estadística y Censos de la República Argentina), a balança comercial externa (exportações e importações) é negativa, a confusão cambial não permite ter claro os valores. A balança projeta uma queda entorno de 10%, uma catástrofe total.
Enquanto a balança comercial do Brasil será em 2023 perto 600 bilhões (350 exportações 250 importações), quase 100 bilhões de saldo, com moeda valorizada frente ao Dólar e Euro, mercado consolidado com China, EUA e de risco com a Argentina.
Mesmo com esses números, dia a dia, Milei e seus asseclas falam em romper com Brasil e China, os dois principais parceiros comerciais da China. O impacto do comercial com esse rompimento será entre 4 a 5% da balança comercial do Brasil. Para o lado argentino seria um tombo de quase 20%. E, mais, se somada a balança com a China, seria mais de 35%, um suicídio político, que significa, milhões de empregos na Argentina, caos nos pagamentos, esses mesmos que falam em “dolarização”, sem ter moeda e nem balança comercial positiva.
O parceiro comercial preferencial segundo Milei, os EUA. A Argentina tem a balança comercial com os EUA com seguintes números (2022) Exportações – 6.616,34 e importações – 10.263,73) que representa menos de 10% do comércio da Argentina, pior, um desequilíbrio comercial é na base de 60/40, enquanto a relação com Brasil é 55/45. O tipo de exportação argentina para o Brasil é variada, com produtos industrializado de peso, ao passo que esse comércio com os EUA é baseado em produtos primários.
A perspectiva é desastrosa, uma aventura sem precedentes. Até onde o “leão” vai rugir?