É certo que Héstia protege a nossa casa, iluminando e aquecendo nos dias frios, para que não nos esqueçamos do Fogo, aquele que Prometeu deu aos homens para sua defesa e sinônimo da inteligência, o Fogo Sagrado, que Héstia é presente nas casas e nos templos, símbolo da pureza e da fertilidade da deusa casta, daí ser Vesta, e sua virgindade é dita vestal.
Ora, é também o mesmo fogo que desceu do céu e deu a iluminação aos apóstolos (do profeta/messias, Jesus), assim chamado de Espírito Santo (a língua de fogo), para que saíssem ao mundo sem medo e leva sua palavra, na crença dos cristãos, mas é da tradição antiga, que limpa e purifica, eventualmente é a punição de D’Us ao que se desviam e no fim dos tempos, em contraposição às águas, limpará a terra no juízo final.
È também o Fogo que no hinduísmo tem sua importância fundamental do Agni, Indra e Sûrya, que são as “chamas” do nível telúrico, do intermediário e celestial, quer dizer, o fogo comum, o raio e o sol. Existindo ainda dois fogos, o fogo da penetração ou absorção (Vaishvanara) e o da destruição, que é um outro aspecto do próprio Agni.
Os Taoístas penetram nas chamas para se libertarem da condição humana, nas chamas se queimarem, o fogo que não queima, apenas purifica. O fogo do hinduísmo é substituído por Buda pelo fogo interior, que é simultaneamente conhecimento penetrante, iluminação e destruição do invólucro carnal.
Os sacerdotes Druidas faziam fogueiras e os rebanhos passavam por elas para preservá-los de epidemias. As culturas de queimar a terra, para que novo plantio em solo limpo (puro), ainda hoje é amplamente usado em partes distintas da terra e é uma técnica eficaz de cultivo.
O Fogo é associado ao sexo pelo método originário de se obter o fogo, pela fricção, o vai e vem que remete a imagem do ato sexual. Para Gaston Bachelard o “amor é a primeira hipótese científica para a reprodução objetiva do fogo e antes de ser o mesmo filho da madeira, é filho do homem… O método de fricção surge naturalmente. É natural, porque o homem tem acesso a ele por sua própria natureza. Na verdade, o fogo foi surpreendido em nós, antes de ser arrancado do céu”.
O Nazismo usou o Fogo como símbolo de ruptura e purificação, na loucura ariana e de raça pura, fez fogueira para queimar livros (ruptura com a cultura universal), depois puseram fogo no Parlamento (ruptura com a Política) e por fim, queimaram milhões de judeus (ruptura com a humanidade). O Fogo no sentindo diabólico e de evidência do mal em estado bruto.
Por fim, no entendimento popular o amor “é fogo e paixão” (Wando), sendo o desejo sexual visto como Fogo, e que, enquanto durar a chama, haverá amor.