362: Do Futebol

 

Corinthians - Minha Vida, Minha História, Meu Amor

 

Ano passado resolvi parar de debater sobre futebol no Twitter/Face Book, por uma questão bem simples, estava me desgastando e rompendo amizades, pois percebia que a paixão futebolística parece ter o condão de flexibilizar o padrão ético que se tem. Mesmo militantes sociais, que defendem os oprimidos, que lutam contra discriminação, não perdiam oportunidade de xingar torcedores de times de massa, por exemplo Corinthians/Flamengo:  “pobres, “favelados”, “torcida de ladões”, ou ainda que quando,  ganham há tranquilidade nos presídios.

 

Claro que cada um tem suas paixões, convicções, não cabendo amim dizer o que se deve ou não fazer, ou como torcer, apenas não quis mais me envolver nestes debates improdutivos. É como se o futebol desse uma “licença poética” para que exerçamos o pior e mais reacionários sentimentos, que tudo isto é normal e o “calor do jogo” justifica este comportamento. Bem, já fiz muitas destas bobagens, de xingamentos tolos, mas sem entrar em aspectos mais abjetos dos tipos acima citados. Cometi e cometo meus desatinos, mas busco mudar e ter relação mais equilibrada. Daí, melhor não perder tempo, saúde e amizades por isto.

 

O senso comum arraigado de que tudo que o meu time, Corinthians, ganha é fruto de roubo, chegava ao absurdo,inclusive, que antes de começar um jogo qualquer, os mais ultras já xingassem que o jogo estava comprado. Depois ou durante o jogo, mesmo quando havia erro contra ele, era prontamente esquecido, ou pior, ignorado. Um ambiente hostil demais, que transformava pessoas doces, companheiras em quase um inimigo, ameaçadoras. Os desatinos ficava por horas a fio, noutro dia te saudavam como se nada tivesse acontecido, algo estranho demais, que simplesmente não temo como entender de forma serena.

 

Definitiva não dava para continuar, o que muito lamento, pois amo demais futebol, privar de debater é algo rude, mas, infelizmente, necessário. Em rede sociais, é um tema mais duro de discutir do que política, pois nela ainda se consegue um nível de racionalidade e paciência. Passei a desligar o computador, smartphone, para evitar mais dissabores. De vez em quando ainda caio nas armadilhas, uma coisa mais forte ainda retruco,  mas desde então tem sido mais tranquilo , solitário, mas mais saudável.

 

Leio as mesmas provocações, depois dos jogos, ignoro solenemente. Os mais amigos ainda troco uma palavras sobre futebol, sem aprofundar nada. Exageros tento mostrar outro lado, mas sem me ater muito, pois sei que na paixão futebol, aprendi isto, pouco ou nada adianta uma argumentação racional, séria, o efeito é Zero, as convicções são dadas a priori. Confesso que me manter distante do tema é um exercício duro demais, tenho que vencer minhas limitações, seguir em frente, continuar, sem olhar o que se escreve.

 

Prefiro falar, escrever sobre meu time , exercer minha paixão, meus ídolos, até quando não jogam no timão, aqui no blog, como fiz nestes posts:

  1. Ronaldo, o mural do Corinthians
  2. Messi x Neymar – Os gênios da bola
  3. Neto x Ronaldo: Obrigado “Gordinhos”
  4. Sócrates e a Democracia Corinthiana
  5. Quando Nasce uma Paixão?
  6. A Tragédia do Sarriá: Brasil Arte 2 X 3 Itália Pragmática

Sem ofender ninguém ou ser ofendido.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

0 thoughts on “362: Do Futebol

  1. Eu torço muito pelo corinthians, mas desde sempre havia notado, que assim como religião, futebol não tem como ser discutido pela rede social. O ciclo que se forma não é tão generoso como poderia ser.

  2. Putz, escrevi um comentário enorme sobre isso, mas perdi quando o telefone tocou. Resumindo é isso, você tem toda razão, melhor não falar de futebol na TL, já vi pessoas inteligentes batendo boca de forma bastante irracional. Mas… #vaiCorinthians rs
    Tenho um amor especial pelo Timão, mesmo não sendo muito apreciadora de futebol, mas essa é uma história que conto outra hora.

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