Neste dias loucos, em que me torno repetitivo, quase obcecado, as mais variadas dores atacam meu peito, a intranquilidade tem sido minha, má, companhia, por mais que tente relaxar, não consigo, algumas vezes, neste últimos 20 dias, a paz dura algumas horas. É preciso fortaleza e calma, mas a mente e corpo debilitados não respondem. A única coisa que me vem à mente é: Sigamos em frente, falta pouco.
Enquanto, neste exato instante, minha filha, luta por sua existência, em mais uma sessão de quimioterapia, nem sei quantas já enfrentou, com certeza mais de 70, me sinto “morrendo” em cada uma delas. A coisa não se resume ao ato de tomar a droga que, contraditoriamente, dá vida, mas fragiliza ao extremo, seus efeitos são sentidos por dias, a tensão, emoção e uma esperança vã, de que logo acabe. O tempo percorrido já é muito maior do que temos a percorrer, este é o norte que nos acalenta, mas dificilmente nos acalma.
O filme inteiro passa pela minha cabeça, cada detalhe, vitórias, quedas, tudo a impulsionar, para ir em frente, tomar atitude e consciência de nada nos vencerá, repetir a lição junguiana sobre “reflexão”, que pus noutro texto:
“O termo reflexão não deve ser entendido como simples ato de pensar, mas como uma atitude. A reflexão é uma atitude de prudência da liberdade humana, face às necessidades das leis da natureza. Como bem o indica a palavra ‘reflexio’, isto é, ‘inclinação para trás’, a reflexão é um ato espiritual de sentido contrário ao desenvolvimento natural; isto é, um deter-se, procurar lembrar-se do que foi visto, colocar-se em relação a um confronto com aquilo que acaba de ser presenciado. A reflexão, por conseguinte, deve ser entendida como uma tomada de consciência”. ( Narciso (sem) Eco )
Muitos posts no fundo são isto mesmo: Reflexões, a devida tomada de consciência, a inclinação para trás, é apenas um ato, não um recuo, que espero que assim seja.
Sábado os exames foram ótimos, esta foto dela feliz com os olhos iluminados, depois de uma festa, pagam qualquer sofrimento, passado ou presente.
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Ah, meu amigo, só quem passa por um naufrágio sabe que não se pode permanecer na margem da vida. Uma guerreira tua menina, e nessas horas a dor é não poder fazer tudo por ela, imagino. Meu abraço a vocês, meu desejo profundo de muita saúde, de muita garra, de muita vitória !
Elenara
Apesar da distância seguimos firmes torcendo por vocês em cada batalha desta guerra. Contem sempre com nosso apoio e carinho. Abraços, Sandra e Paulo Breviglieri
Diante do post, com tudo que contém, qualquer ‘lugar comum’ fica minúsculo, mas, pode crer, que o cuidado com a situação, mesmo de longe, mesmo virtualmente, é contínuo.
Abraços fraternos!
Força ela precisa mais do que nunca ver algum sinal de alegria no olhar de cada um da familia.
Continuo em oração pela sua menina!
Força, se sentir vontade de chorar deixe a emoção fluir ( longe dela é claro)
Beijo p/ familia