Arnobio Rocha Política A Força do Sonho da Universidade

723: A Força do Sonho da Universidade

 

 

Pedro, Gleyce e Jack – Momento Especial

Uma grande felicidade e emoção tomou conta de mim agora cedo, quando vi as fotos de formatura de minha sobrinha, Gleyciane, a primeira neto dos meus pais. Um baita orgulho ver aquela pequena garotinha que peguei no colo tão cedo, agora, uma bela mulher, se tornou Engenheira Ambiental, pelo IFCE, uma beleza, com seus  23 anos.  É um grande momento dela, dos meus pais e da sua avó materna. Orgulho total dos seus pais, meu irmão Pedro e Jaqueline, lógico do irmão dela, Pedrinho. A família em festa.

 

É auspicioso o momento que todos nós vivemos, pois minha sobrinha se formou ontem, no campus do IFCE de Maracanaú, na periferia da grande Fortaleza, com um belo centro de excelência, quem imaginou algo assim lá? Em poucos dias, seu pai, aos 48 anos, também logrará sua graduação superior. Creio, que isto tudo, não é fruto do acaso, não apenas na nossa família, mas o Brasil vive um outro momento, é impossível não associar estas vitórias às mudanças de expectativas que vive o país. Que fique claro, o Governo Lula/Dilma apenas fez sua parte, sua obrigação, não foi de graça. Mas, o que fizeram/fazem, é muito, diante dos outros governos, que só olharam para os ricos.

 

 Óbvio q tem muita coisa errada, afinal foram 502 anos de PFL no governo, tenho certeza que Sarney, ACM, FHC e a sua trupe de “jornalistas” ( Marinhos, Frias, Mesquistas) já vinham nas caravelas, claro que não se apaga e não se paga a dívida social em 10 anos. Mas já se pode sentir que é possível mudar e fazer muito mais. Exijamos.  Dou nosso exemplo concreto, de nossa casa, por que nós não ficamos parados esperando as mudanças, fomos atrás para melhor participar dela, fazer nossa parte. Exigir mais e fazer mais também pelo Brasil, temos que retribuir com nosso esforço e nosso trabalho, nossa ética, para construir um país diferente, não ficar aguardando de cima.

 

Sei de milhares de outros exemplos, todos emocionantes, acontecendo nos lares mais simples, das vitórias, pessoas simples, que jamais poderiam sonhar estudar, hoje, estão nas universidades, não importa, a princípio, apenas cobrar qualidade delas, que realmente é baixa, mas ali, elas e nós vivemos um sonho de sermos “doutores”também, por que só  os bem nascidos? É preciso entender, compreender melhor, toda a extensão deste sonho, desta felicidade, de fazer um curso superior, ver filhos, netos estudando, sem apenas cair na cobrança vazia, que, na maioria dos casos, apenas paralisam e mantem o status quo atual.

 

Os campus avançados dos IFES, das UFs,  o Prouni, as escolas técnicas, o piso dos professores, parece pouco diante da falta, mas começou, temos que pedir mais e melhores curso, salários, professores, mas temos que ver que pode ser feito, antes nem isto tínhamos certeza que era possível. Outro dia vi no Facebook um grupo malhando o piso dos professores, imaginei, estes, jamais foram ao norte e nordeste do Brasil, nem mesmo ao interior de São Paulo e Rio de Janeiro, para ver o que era antes, como é agora a realidade deste piso, que também exige a formação superior dos professores. A mudança vai acontecer quando esta geração que se forma, voltar para ensinar às novas que começam. Não tem como “zerar” tudo, é trocar o pneu com o carro em movimento. O importante é que se comece, de algum ponto, senão viveremos sempre a repetir que a prioridade é a educação, sem nada fazer para que seja realmente prioridade.

 

Nossa família vive um momento especial, em consonância com o Brasil . Meus pais puderam nos ver todos com curso superior, alguns com mestrado, doutorado (O Doutoramento de minha Irmã ), agora chega aos netos. Realimentam seus sonhos e nossas esperanças de um Brasil cada vez melhor, mais justo, feito por nós, não esperando pelos outros, é este o momento, vivamos!

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7 thoughts on “723: A Força do Sonho da Universidade”

  1. Que felicidade! Me deu até um ataque de eclâmpsia e lembrei daquela fala do Kennedy, não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país (meu filho imita o cara direitinho, hehe). Do país a gente cobra e faz junto!

  2. Somos nove irmãos. Até a virada do século apenas um deles se formou num curso superior. Virou advogado e antipetista (típico da antiga classe média). Só faltou lembrar que não era casado, não tinha filhos e estudou na UERJ. Os anos passaram e os netos de meu pai começaram a chegar à faculdade. Primeiro foram os do lado branco da minha família. Como eu me “casei” com uma negra surgiu uma nova família mestiça e uma longa linhagem de negros e descendentes ficava de fora das faculdades. É desse outro lado que quero falar. Primeiro foi minha filha, via ProUni, a entrar numa Universidade. Depois foi a irmã e os primos. Isto faz parte de um avanço quase natural, mas entra em cena uma história mais interessante. Minha cunhada, negra, cabeleireira, mãe solteira e desiludida começou a ver amigos entrando nas faculdades. Resolveu tentar. Entrou num curso de Fisioterapia pelo sistema de cotas. A formatura será daqui a três semanas. Esta sim, será uma vitória muito maior que as outras, porque ela se forma aos 44 anos, quando já não cria poder mudar o rumo de sua vida. Hoje, enquanto não se forma, trabalha como agente administrativo de um presídio. É outra mulher, ciente de que conquistou um espaço antes impossível. Parabéns a vocês todos e parabéns à minha cunhada. Qualquer dia desses posto a foto da formatura aqui.

  3. No momento em que aumenta o alarido e a sanha fascista dos sem projeto e sem voto é reconfortante ler este belo contraponto, temperado de emoção e conquistas familiares. Decididamente, a mudança depende da atitude e da ação de cada um de nós.

    Abraço fraterno, Arnobio, extensivo à sua vitoriosa família. Minha sexta-feira não poderia ter começado melhor.

  4. Arnóbio, sempre lembro de um tempo que aqui em Fortaleza você só tinha três caminhos para o ensino superior: UFC, UECE E UNIFOR, como só quem poderia ir para a UNIFOR era uma parcela infinitamente pequena, ou você passava nas duas primeiras, ou dava adeus ao sonho de ensino superior. Pouco de nós conseguimos, mas a grande maioria só hoje tem a oportunidade de sonhar novamente. Que bom que muitos estão conseguindo! Parabéns!

  5. Certamente a formatura da minha filha me emociona e agrada bem mais do que a minha .Quando
    nos tornamos pais ,passamos a nos realizarmos nos filhos,mas e verdade que esta emoção que vivenciamos nos faz refletir o quanto avançamos nos últimos dez anos.No
    projeto LG /CEFET-CE,para profissionalizar 240 alunos de escola publica do bairro mais pobre e violento(Pirambu). fui o motorista do ônibus que os transportava,foram determinantes na minha decisão apos 24 anos fora da sala de aula,voltar a estudar.O Proeja que fiz no IFCE em telecomunicações ,bem como o incentivo da minha família me motivaram a graduação .Hoje posso dizer como São Paulo,”combati o bom combate,terminei a minha missão,guardei a fé.”

  6. Pois é nobim. Eu fui à primeira aula da Gleyce, chorei quando ela ficou na escola e tive o prazer de assistir a sua última aula na faculdade, quando ela defendeu sua monografia. Ela deu um show. Pense numa pequena sabida. E fui a sua formatura que espero ir tambem a das minhas pequenas daí. Felicidade total!! Sucesso Gleyce!!

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