
Um dia histórico, de uma época que será lembrada por longos anos.
A roda da história não gira, ela capota.
Há 7 anos, após a vitória de Bolsonaro, seu filho Eduardo (o número 02) declarou que para fechar o STF “bastava um jipe com um cabo e um soldado”, uma espécie de senha do que viria pela frente, a forma belicosa e desrespeitosa da família fã da ditadura que sempre desprezou a democracia e que demoniza a política, mas todos são profissionais na política, pai e filhos.
Há uma coleção de declarações agressivas de Bolsonaro e seus filhos contra as instituições, em especial ao STF, ao TSE, contra os ministros, contra as urnas eletrônicas, algumas delas que beiram à esquizofrenia quando falam de roubos contra Bolsonaro na urnas, sem nenhuma prova, contrataram auditorias, hackers, pressionaram com militares e ameaças para desmoralizar a democracia, criando tensões para esconder a completa INCOMPETÊNCIA administrativa e o vazio de propostas políticas.
Foram anos terríveis em que a institucionalidade era constantemente ameaçada, a cada 7 de setembro, as manifestações convocadas por Bolsonaro alimentava um ódio crescente no Brasil contra o “sistema”, enquanto eles faziam não apenas um péssimo governo, como também destruíam a economia, entregavam as empresas públicas, criando um cenário de caos constante, piorado com a Pandemia que irresponsavelmente Bolsonaro contribuiu para a morte de mais de 700 mil pessoas,
O clima de tensão permanente de enfrentamento contra tudo e contra todos, Bolsonaro e sua turma costumavam berrar, gritar, ameaçar, falavam alto, grosseiramente, contra autoridades, contra imprensa, contra oposição, eram os tigrões, machões corajosos e que destilavam testosterona e exibição de violência em atos e palavras, um país que flertava com golpe de estado e uma volta aos tempos de ditadura, os heróis dessa família.
Parecia muito claro que o roteiro seria não aceitar resultado eleitoral que não fosse a vitória deles, campanha azeitada com dinheiro público, gastos estrondosos, que até hoje se paga a conta. Com a derrota, o desespero tomou conta e um plano de GOLPE passa a ser executado, diretamente do Palácio do Planalto, com um depressivo/agressivo presidente derrotado, que se alterna a euforia do golpe, com a covardia de não tomar decisão final, essa vacilação não tira o crime cometido por tudo arquitetado, mesmo não executado, por incompetência ou por pusilanimidade,
A tentativa violenta de GOLPE, em 8 de janeiro de 2023, usando uma massa de manobra, com kids pretos e comandos infiltrados para insuflar para que quebrassem tudo, Congresso, STF e Palácio do Planalto, a onda selvagem não teve sucesso.
Os processos abertos contra mais de 1500 participantes dos atos violentos, com condenações a pesadas penas. Logo se seguiu e uma segunda fase, com que efetivamente se beneficiaria do GOLPE, que comandava as ações que levaram ao 8 de janeiro. Pela primeira vez na história estão nos bancos dos réus vários generais, almirantes, além do próprio ex-Presidente, Jair Bolsonaro. Uma novidade no Brasil que costuma não punir nem militares e nem poderosos.
Aqueles tigrões que prendiam e arrebentavam, seus berros, viraram gatinhos, educados, como por milagres, todos eles, se tornaram defensores da Constituição e do Estado de Direitos. Medrosos, tremem na frente dos ministros do STF, em particular de Alexandre de Moraes, pedem desculpas, uns lordes, palavras leves, doces, alguns escorregões, porque ninguém é de ferro, como dar pito nos próprios advogados e uma problema grave de memória, de não lembrar de nada.
Aliás, a covardia é uma marca, nenhum teve ombridade de assumir atos e palavras, todos são republicanos, inacreditável como aqueles valentões, estão ali vendendo lhaneza, afabilidade e cortesia, chamam o odiado Xandão de Senhor, Excelência, Presidente, impressiona a falta de coragem, negam a si mesmo, ou são isso mesmo, se borraram todos. Bolsonaro chamou seus seguidores de malucos em frente aos quartéis, por exemplo, como parte de uma negação covarde, salvar sua pele a qualquer custo.
Bolsonaro fez do se depoimento um palanque medíocre, não respondeu nada com nada, apelação pífia e sem nenhum efeito, nada lhe trará frutos, ou melhorar sua situação jurídica, com risco de perder seus apoiadores mais radicais com sua tibiez e medo.
Importante destacar a calma e tranquilidade com que o Ministro Alexandre de Moraes conduziu as sessões, sem perder o comando, garantindo as falas, sem interrupções, sem intimidações e muitas vezes com doses certas de humor. Soube conduzir com rara sobriedade e uma autoridade sem grandes questionamentos, não caiu em provocações e ironias.
Mais um ato cumprido, com menos tensão do que se esperava, uma vitória do Brasil.