Meu velho querido, muitas saudades suas!
O tempo voou desde sua partida final, naquele fatídico dia 05 de julho de 2016, antevéspera do aniversário da mamãe, com toda a surpresa que aconteceu, tudo no mesmo dia, todos os atos se cumpriram, o que nos frustrou na época, como também nos deixou aliviados, contraditoriamente, por não teres sofrido, ou quase nada.
O senhor, meu pai, assim como minha Letícia, tinham muito amor à vida, gostavam de viver, ela, não queria ouvir falar em morte, notícias de que a terra ia acabar, guerras nucleares, pois adorava viver, planejar o futuro, o tempo em que terminaria faculdade, mestrado e doutorado, além de casamentos e os três filhos que teria.
Nada se cumpriu!
No abismo de nossa existência, sonhamos que o senhor, que era um avô dos sonhos para seus netos, acolheu Lelê, Juninho, com seu jeito bonachão, com as suas histórias e seus causos que nos contava com tanta graça e amor, em que cada uma deles havia uma razão, uma lição, mas a maior o efeito era a ligação que nos causavam e em todos os que lhe ouviam e se encantavam com suas palavras.
Passados 8 anos, além de mais velho, cansado, vivo o dilema de viver sem brilho, de tantas coisas que aconteceram por aqui, seguimos lutando pelos nossos, pelos que não são nossos também, é nossa missão de vida e claro que com a saudade de lhe perguntar como o senhor está, mesmo sabendo sua reposta: Vivo e achando bom.
É essa lição que busco, achar bom viver, mesmo quando tudo parece não fazer nenhum sentido.
Beijos, sua benção, meu velho!