Arnobio Rocha Filmes&Músicas Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus (Netflix)

2365: Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus (Netflix)


Os anos 80 e a disputa política ideológica no mundo.

O interessante documentário (Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus) que estreou na Netflix, essa semana, traz uma história espetacular, que explica, ou, no mínimo joga luz em alguns episódios centrais dos EUA no começo dos anos 80 e o início do uso da informática de forma massiva, inclusive, no governo.

O pano de fundo é a história da INSLAW, uma pequena empresa de informática, a pedido do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), desenvolveu o primeiro um software chamado PROMIS, que era um. sistema de organização de um banco de dados sobre crimes, processos, criminosos, facilitando o acesso “online” de várias agências (CIA, FBI, NSA(desconhecida na época), polícias estaduais, juízes e promotores).

No entanto, o DOJ, era área de influência de amigos suspeitos de Ronald Reagan, em particular, Earl Brian, que, segundo o documentário, subornou o governo do Irã, para reter os reféns, para que Carter perdesse as eleições, horas depois de tomar posse, os reféns foram soltos, o que gerou suspeitas na época.

Earl Brian, com a ajuda de hacker, roubaram o código fonte, criaram uma backdoor (permite que o “dono” do software tenha acesso a todas as buscas e informações de quem usa, como monta a base de dados, para que fins e, claro, copia remotamente os dados e informações). O software passa a ser do DOJ e das agências que compartilham com Israel o acesso à backdoor. Os EUA repassam aos governos amigos e até inimigos, pois colocaram um cavalo de Troia.

A empresa, INSLAW “perde” o programa para uma empresa de fachada, HADRON, ligada às agências secretas, enquanto a INSLAW, não recebe o pagamento pelo desenvolvimento e o contrato de três anos firmado, levando-a a falência. A INSLAW entra na justiça, ganha o processo no juízo de falências, mas o Governo Reagan demite o juiz do caso, substituindo-o por um dos advogados da HADRON, a nova “dona” do Software, uma empresa de fachada, a INLAW perde, e a ação é arquivada.

Um jornalista Danny Casolaro, começa a investigar, contratado por um dos advogados da INLAW, descobrindo a conspiração, que envolvia eleição “surpresa” do azarão Reagan, passando por espionagem interna e externa, usando um software, além da corrupção pesada e o submundo sujo do governo da “liberdade”, do “mundo Livre”.

O documentário traz à baila o panorama político do anos 80, a batalha ideológica travada pelos EUA contra o “império do mal”, os fins justificavam os meios. Os fundos secretos no Congresso, o uso de mercenários em guerras sujas na América Latina, o uso de dinheiro das drogas para financiar grupos de extrema-direita para combater a esquerda, o caso do Irã-Contras e tantos casos, entrelaçam a narrativa.

Uma excelente reconstrução, pode ser uma teoria da conspiração, mas de grande qualidade.

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