Meu grande companheiro e amigo, Ricardo Queiroz, postou essa foto acima, de um local qualquer, com a frase que mais tem martelado minha minha mente nesses últimos quatro anos: O Pesadelo Vai Acabar. O mal não pode durar para sempre, no meu caso, além da dimensão pessoal, de grandes perdas, a vivência na sociedade se tornou insuportável.

No dia 27 de outubro de 2018, um dia antes do segundo turno, estive numa caminhada em Heliópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo, o clima era de expectativa, a vitória parecia impossível, pois aquele momento era o último ato de um cenário político aberto com as jornadas de junho de 2013, mesmo com toda a força destruidora para desconstrução do PT, Haddad, com Lula preso, foi ao segundo turno das eleições.

Ao voltar para casa, a pedido de minha filha mais velha, Letícia, comprei uma feijoada, prato do dia, num sábado, almoçamos e pouco depois ela começou a sentir algumas dores, o que me deixou preocupado, pois, desde de junho de 2010, nossas vidas foram abaladas pela Leucemia, que ela tinha enfrentado duas vezes, vencido tratamentos cruéis.

Dia seguinte, deu o óbvio, dia 28 de outubro de 2018, o Brasil selou um pacto com o que havia de pior na humanidade, não só na política, uma opção da sociedade pela ruptura com as questões mais elementares da história, da ciência, da empatia humana, pois Bolsonaro representava algo que no pior pesadelo poderíamos imaginar, ele não escondia que defendia a tortura, a ditadura, que despreza (va) a Democracia, as mulheres, os negros, os LGBTQIA+, os pobres e o povo, mesmo assim, se elegeu.

Os dias seguintes foram combinações de frustrações e medo do porvir.

As dores da Letícia evoluíram rapidamente, em 10 dias se constatou a recidiva da Leucemia e a necessidade de transplante, uma internação em 12 de novembro para iniciar o tratamento, entretanto, uma série de intercorrência hospitalares, levou-a ao óbito, em 18 de novembro.

Nunca sangrei tanto na vida, como nesses quatro anos, a vida se tornou cinza, chumbo, difícil de continuar e sorrir. Mas era preciso, continuamos aqui, enfrentar a vida, o que viria a ser essa jornada.

E Bolsonaro nem tinha assumido.

O que se seguiu após as eleições foi um roteiro de barbárie e genocídio, todas as políticas públicas foram destruídas ou modificadas ao gosto da perversidade do Kapital, comandado por Paulo Guedes, um abutre do mercado. As privatizações, o fatiamento das empresas públicas, a queima de patrimônio público, a tentativa de desmonte do SUS, a soberania em xeque, o fim do Pré-sal como fonte de riqueza nacional. O incentivo ao garimpo em áreas indígenas, o ataque às terras dos povos originários, o incentivo às políticas de revisão da história, dos livros, da educação, saúde e vida.

Foram duram anos, cortados pela Pandemia da Covid-19, que ceifou a vida de quase 700 mil brasileiros e brasileiras e que demonstrou de forma cabal a péssima escolha. Bolsonaro NEGOU a doença, era uma “gripezinha”, fez pouco caso, piadas, boicotou governadores e prefeitos, perseguiu seus próprios ministros e foi o agente que mais impulsionou a doença e levou à morte de tanta gente, isso em nome de “Deus, da pátria e da família”.

Esse pesadelo ainda não acabou, pelo menos um terço da população ainda não acordou para o tamanho do buraco e vazio de humanidade. Esse é o governo que destruiu o conceito de República, de coisa pública, o orçamento secreto é a imagem da corrupção protegida por segredos de 100 anos, as mansões da família, os gastos sob sigilo, os ataques às instituições, ao congresso, ao STF, ao TSE, as ameaças contra as eleições, a queima de dinheiro público em motociatas, viagens e ostentações, Bolsonaro vive de férias ou “descansando”, com recursos públicos e espetáculos de mau gosto.

É visto como pária internacional, o Brasil despencou no ranking de maiores economias e perdeu protagonismo no mundo. Nenhuma área esse governo se sobressaiu, é visto como destruidor do meio ambiente, da economia familiar, que desrespeita os Direitos Humanos, não protegeu os mais vulneráveis, rompeu o diálogo religioso, incentivando o ódio e discriminação aos cultos afros.

As questões pessoais se tornaram pequenas diante desse caos, a sobrevivência, com alguma dignidade, se deu através das lutas pelos Direitos Humanos, na defesa da Democracia e das Liberdades, foram quatro anos terríveis e que precisam acabar de vez, uma grande chance é domingo, dia 02 de outubro, não esperar pelo segundo turno e ter esperança de dias melhores.

O Pesadelo Vai Acabar.

#LulanoPrimeiroTurno #BrasildaEsperança

https://www.youtube.com/watch?v=MeMjEELTz7A

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