No passado a confiança máxima era “colocar a mão no fogo”, o que era uma referência à tortura na inquisição (que os fanáticos negam ter existido), uma barra de ferro saída do fogos era colocada nas mãos de um suspeito, depois enrolado num pano com cera, depois de três dias se as mãos tivessem queimadas, ele era declarado culpado.
Bolsonaro foi mais fundo, disse em vídeo que poria a cara no fogo, se o seu então ministro da educação (sic), o Pastor Milton Ribeiro, fosse culpado das acusações de desvios de verbas num esquema com pastores junto aos prefeitos, que lhes pagavam com barras de ouro. Apoplético, Bolsonaro, defendia o amigo Milton.
Meses depois, já ex-ministro, o Pastor Milton Ribeiro, foi preso em sua casa em Santos, no litoral de São Paulo, exatamente pelas acusações de desvios de verbas no ministério, numa operação da Polícia Federal, com autorização do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro, aquele que poria a cara no fogo, apagou o fogo, já disse hoje, que “cada um responde por seus atos”. O problema é que Milton Ribeiro foi pego em grampos telefônicos em que afirma que agiu no esquema seguindo o pedido do homem do fogo na cara, para que a liberação de verbas da pasta fosse direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos que não possuem cargos no governo federal, segundo matéria da CNN.
Na matéria da CNN diz ainda que:
“Na gravação, Ribeiro diz que se trata de “um pedido especial do presidente da República”. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, diz o ministro na conversa com prefeitos e outros dois pastores, segundo o jornal.
Ribeiro continua: “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar.”
Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são os citados nos áudios. Segundo o jornal, os dois religiosos têm negociado com prefeituras a liberação de recursos federais para obras em creches, escolas e compra de equipamentos de tecnologia.”
O escândalo de Corrupção atinge pilares do bolsonarismo, o direcionamento de distribuição de verbas públicas e os pastores evangélicos, cujas igrejas são caixa de ressonância dos absurdos de Bolsonaro, e agora se verifica um esquema de desvio de verbas públicas, com retorno para igrejas e/ou para campanha de Bolsonaro.
Será que Milton Ribeiro vai entregar Bolsonaro?
E o esquema nas cidades é a ocupação, prioritariamente, das creches por membros das “igrejas neopentecostais”.