Chico Buarque nos Redime! (2140 – 203/2022)

Chico Buarque, o maior poeta da música brasileira (foto de Franscisco Pro

Cair no mar, lavar a alma
Tomar um banho de sal grosso, que tal?
Sair do fundo do poço
Andar de boa
(Que tal um samba? Chico Buarque)

A sensação de medo da contaminação por Covid-19, que poderia significar a morte (o medo real), foi mitigada pela vacinação (pessoal e coletiva), o que transformou o meu contágio em outros medos, outras viagens doloridas, não apenas as dores em si, algo como uma gripe forte e alérgica, chata, que no início fez doer o corpo, logo virou apenas um estado de incomodo nas vias aéreas.

Nossas dores são nossas, pior são as que vivemos no Brasil,  de um estado de coisas que vai muito além da compreensão comum, de aceitação ou de paciência para que se resolva, então adoecer (expor outras pessoas ao risco) fragiliza, revolta, não acalma o espírito, tão abalado nesses últimos com as mortes brutais de Bruno Araújo e Dom Phillips, logo em sequência ao assassinato de Genivaldo Jesus, na “câmara de gás” da viatura da Polícia Rodoviária Federal.

A revolta aumenta quando se descobre que o genocida-mor, vai tripudiar das mortes na Amazônia, promovendo (com DINHEIRO PÚBLICO) mais uma indecente motociata, mas não em qualquer lugar, sordidamente, com as mãos cheias de sangue, em Manaus.

É um ESCÁRNIO, uma ofensa às famílias das vítimas, que ainda nem tiveram identificados os restos mortais de seus entes queridos, esse ser inumano vai fazer CHACOTA com sua horda de selvagens. É uma falta de decência, de um mínimo pudor, nada tem, nada dará.

De novo com a coluna ereta, que tal?
Juntar os cacos, ir à luta
Manter o rumo e a cadência
Esconjurar a ignorância, que tal?

O dia do BASTA está perto, em 02 de outubro, não se pode nem pensar em se adiar, um dia que seja.

A esperança se ilumina com a volta de Chico Buarque com uma nova música, antevéspera de seu aniversário, nos presenteais com um samba, uma ode ao Brasil que não se curvou, que apanha, mas resiste e dará sua resposta. Aponta  para um novo reencontro do Brasil com os brasileiros, com os valores civilizatórios, então, a poesia, o samba como símbolo, que possa nos redimir.

A linda canção com sua letra redentora, traz o grande Hamilton de Holanda e seu bandolim maravilhoso, no acompanhamento, é um bálsamo, cura Covid, as dores da alma, as tristezas,  combate as frustrações e todas as amarguras que o país viveu nesses anos.

Obrigado, Chico Buarque,  poeta maior da MPB.

Desmantelar a força bruta
Então que tal puxar um samba

PS: Do meu Facebook:

O que é um Clássico?

Harold Bloom diz que se está diante de um clássico quando ao ler/ouvir/ver lhe causa estranhamento, um sensação de incomodo, de felicidade e necessidade de repetir, para alcançar a mensagem do artista.

Obviamente que a expectativa de uma música nova de Chico Buarque, cria uma sensação prévia de tensão, de como poderá nos surpreender, se vai nos surpreender, se vamos ficar comparando.

Ontem, não foi diferente, hoje, como estamos? Desesperados ouvindo e ouvido: Que tal um Samba?

alguma dúvida?

Que Tal Um Samba? | Chico Buarque feat Hamilton de Holanda

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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