Ouvindo sem parar algumas músicas que me emocionam profundamente, que me levam às lagrimas, uma sensação de saudades, de ausências, faltas, oportunidades perdidas, principalmente de dizer insistentemente o que sentia, sem temer ser repetitivo ou patético, foda-se, o mundo e o que achariam depois, mas a importância de dizer.
As músicas, em geral, nos transportam para locais, ambientes, em que elas nos tocaram, quase sempre, no meu caso, logo na primeira vez que as ouvi, que senti a emoção de que seria eterna, mesmo quando elas podem significar dor, perda, sufoco, desassossego, no entanto, aquilo que nos tirou do chão, vira eterno, que faz sentido apenas para nós mesmo, podendo ser completamente indiferente para outras pessoas.
Essa magia da poesia musicada, raramente tem a mesma intensidade quando apenas leio, por mais profundo que seja o poema. A melodia, os sons, dão novo sentido, a forma interfere diretamente no conteúdo, ou um novo conteúdo se tornou, algo superior, mas pode ser pura percepção individual, ou como se outras regiões emocionais ganhassem corpo, para além da letra.
Assim como as novas versões de uma mesma canção, reinterpretada do autor/cantor, ou por outro artista, quem sabe uma mudança no ritmo, estilo, tem o poder de transformar, fazendo-a quase como se nova fosse, o que realmente é, descobrir essas joias (velhas/novas) é sempre um prazer.
É sobre isso que tanto amo ouvir e escrever, quase sempre escrever e ouvir.