
A jornalista Miriam Leitão foi vítima da Ditadura empresarial-civil-militar que fechou o congresso, impôs governos autoritários, acabou qualquer liberdade, matou e torturou brasileiros e brasileiras por quase duas décadas, todos esses monstros saíram sem punição e seus cultuadores continuam lhe defendendo como pessoas de bem.
Miriam Leitão tinha 19 anos, estava grávida de um mês e ficou por três meses presa, apenas porque era militante do PC do B, em 1972. Além de apanhar muito, ela foi torturada psicologicamente quando permaneceu nua em sua cela e uma cobra solta para amedrontá-la, por horas, entre outros castigos de ser exposta nua na presença de 10 homens.
Seu relato cortante ao jornal em que trabalha, foi dado em 2014, numa matéria chocante: Míriam Leitão fala sobre tortura que sofreu nua e grávida de 1 mês durante ditadura.
Em algum momento da vida, Miriam cruzou o rio, passando a defender com unhas e dentes o sistema e figuras de Direita, sendo uma das maiores adversárias dos governos do PT, seu ultraliberalismo impressiona, inclusive, pela desonestidade política, a seletividade de temas e a oposição raivosa ao PT.
Miriam e seus patrões, não apenas fizeram oposição aos governos do PT diuturnamente, como também apoiaram de forma militante o GOLPE, vindo via impeachment sem crime de responsabilidade. Calaram-se solenemente quando o então fanfarrão-deputado, Jair Bolsonaro, ao votar no impeachment, o fez em nome de um dos mais célebres torturadores, Coronel Ustra, entre seus feitos, estava de colocar ratos nas vaginas das presas políticas.
Ontem, 03.04.2022, o deputado Eduardo Bolsonaro, campeão de votos em São Paulo, conhecido como 02 e outros apelidos menores, disse que sentia pena da cobra da cela da Miriam Leitão, aliás, os torturadores colocaram o nome da cobra de “Miriam”, em mais uma cafajestagem desses bandidos.
A fala absolutamente abjeta, covarde, diz muito sobre a falta de caráter e formação humana do deputado, um político profissional medíocre como o pai, que leva a vida difamando a política e o estado, mas vive exatamente da política e da mamata do Estado.
O ataque à Miriam é hediondo, deve ser repudiado por todas e todos, revela como o país consegue conviver com essa espécie de gente e os elege, mesmo vestindo camisas com fotos de um torturador e assassino cruel, como se fosse possível numa Democracia tal disparate.
A solidariedade à Miriam Leitão, independe de sua posição ideológica, claro, entretanto, não custando lembrar a falta de empatia dela e do sistema Globo, quando Dilma foi atacada no impeachment por Bolsonaro. Miriam chegou a comparar os governos do PT ao de Bolsonaro, apenas tardiamente, falou contra Bolsonaro defender os torturadores.
O Brasil precisa se livrar da sombra autoritária permanente, da tutela de militares e de seus agentes torturadores.