Dizer que domingo é o dia da melancolia é chover no molhado, já escrevi aqui e em outros lugares a minha relação (ruim) com o domingo, desde sempre, ou desde quando tive consciência do que eram os dias de semana. Então, esse dia é marcado pela tristeza, por obrigações, como ter que ir à missa, ou comer na casa de parentes, visitas intermináveis.
Na adolescência em que tinha mais autonomia, muito comum sair para reuniões ou para praia, quando morava em Fortaleza, a diversão durava até umas duas, ou três horas, a volta para casa, batia aquela tristeza, sentimento complicado que nem mesmo conseguia entender a razão exata para essa baixa.
Domingo é o dia dos pensamentos complexos, de pensar não apenas na dolorosa segunda, mas da semana, na vida e nos projetos (os não realizados) e uma sensação de fracasso toma (tomava) conta de mim, à medida que o dia vai acabando, pior vai ficando, ouvir aquela música do “Fantástico” (“Olhe bem preste atenção”) era para derrubar de vez.
É certo que há (houve) domingos especiais, nos esportes principalmente, os grandes jogos, títulos, vitórias, Fórmula 1 (Piquet, Senna), Tênis (ah, Guga), que até faziam esquecer que era domingo, a satisfação e adrenalina compensavam os pensamentos ruins.
Foi num domingo que tive a maior perda da minha vida, a partida da Letícia, é claro que é mera coincidência, ou não, talvez tenha sido o dia que deveria ser, para que não precisasse “brigar” com mais um outro dia da semana, ao invés de seis, teria cinco, há justiça na desgraça.
E assim, terminamos mais um domingo…