Lá do alto, entre as nuvens, em meio à escuridão, a mente permanece inquieta, muitas reflexões, a vida ainda incerta depois de cinco da grande virada para o Direito, sem entender se foi correto ou não. Era necessário, o que poderia fazer? Continuar em Telecomunicações, tentar emprego, alguma chance, afinal ajudara mais de 40 amigos em recolocações, será que alguém jogaria uma boia para mim? Talvez sim, talvez não…
A questão não era de dúvida sobre a continuidade na área, mas a oportunidade de um recomeço, quase ou praticamente do Zero. Combinado com a situação crítica do Brasil, da economia e das mudanças na advocacia, na concorrência desenfreada e vir mais do nada. Ainda no caminho de casa, ao ser demitido pela Claro-Embratel, a cabeça estava a mil e a inda para a advocacia era a melhor possibilidade, inclusive para saber se tinha valido fazer o curso e imediatamente ser aprovado na OAB, 9 anos antes.
A grande preocupação era o tratamento grave da Letícia, que estava no ciclo final da recidiva de leucemia, faltando quatro meses para alta das quimioterapias, sem nenhuma certeza de que poderia voltar (como voltou, 1 ano e 7 meses depois, levando-a). Ali precisava ao menos o plano de saúde, para não interromper o delicado e caro tratamento.
Todas essas coisas rodava minha cabeça e precisava pesar, a indenização recebida não duraria tanto, era ir ao combate, em qualquer ramo escolhido, em Telecomunicações ou no Direito. A escolha não era óbvia, mas necessária, uma oportunidade de recomeçar tudo. Frio na barriga e receios, não é fácil, não foi fácil.
Um dia volto ao tema.
Tive a honra de trabalhar com você. Você era referência em telecomunicações. Na Nec, na Vivo, na Ericsson, na Embratel. Já ouvi colegas se referindo a você como um gênio. Não tenho dúvidas que você está se tornando um referência, também, no meio jurídico. Grande abraço meu amigo