Chegar e partir de Fortaleza tem sido cada vez mais dolorido, e as circunstâncias estão ficando mais dramáticas. Depois de quase 33 anos morando em São Paulo e pelo mundo, vir a Fortaleza, ao Ceará ficou mais constante desde a doença e partida de meu pai, o apoio e suporte para minha mãezinha, o contato com familiares e as mudanças da minha vida, não tendo mais os grilhões do horário de trabalho, criou uma condição melhor de viajar.
Nesses últimos seis anos, especialmente desde 2020, ano em que nossa filha, Luana Rocha, ficou morando em Fortaleza, as nossas vindas à cidade, Mara e/ou Eu, se tornaram mais constantes, na pandemia chegamos a passar quase dois meses seguidos na cidade, para ficar com a Luana e de certa forma nos reconectar com as nossas origens. Para Luana deve ter sido uma experiência incrível morar na cidade de seus pais, saber como é ser cearense.
Fortaleza era destino certo da Letícia e da Luana, nas férias de julho e de janeiro, convivendo com primos tios, ouvindo nossas histórias das nossas famílias, as dores e amores, os detalhes de vidas que nós, distantes não partilhamos, o crescimento dos sobrinhos, o envelhecimento dos nossos pais, os avós delas, mas principalmente a diversão de praias e da fazenda dos meus pais, onde andavam a cavalo, subiam em árvore e curtiam uma grande liberdade.
A idade vai chegando, os dois avôs partiram, nos últimos 5 anos, as avós vivem o outono de suas vidas, os vários núcleos familiares são a realidade, o presente e Luana, os sobrinhos, sobrinhos-netos, o futuro.
A D. Fátima Rocha vive um momento difícil, dos medos, da ansiedade e incertezas sobre a saúde, é muito dolorido sentir que ela já não tem a mesma força, a energia, os olhos vivos. Seu olhar parece mais distante, incerto, as dores reais e imaginárias vão minando a enorme mulher que criou tão bem seus filhos, que fez de tudo por nós. Despedir dela, os beijos, ela cochilando no meu colo, para se sentir segura, emociona, mas embarga a garganta, mareja os olhos.
È hora de partir, esperar voltar nos 80 anos de nossa mãe, torcer que esse momento duro, seja passageiro e nos encontremos melhor em breve.
Até breve!
É muito importante à atenção e o acolhimento que possamos dar aos nossos pais, familiares e amigos.
Peso que talvez, o fundamental da vida sejam
esses momentos de troca de afestos e atenção.
Como dizem alguns poetas e pensadores , à vida é breve , e nesse sentido , o grande lance seja colecionarmos o máximo de lembranças desses bom momentos ao lado das pessoas que amamos e que nos fazem bem.