O ano inicia com algumas lutas e pautas bem específicas, passe livre dos idosos (retirado por Dória e Covas) e Vacinação, Já, e que podem ganhar corpo e dimensão nacional, como aconteceu entre junho e julho do ano passado, a pandemia continua sendo o fator limitante da presença massiva e da continuidade desses movimentos, como também a pauta limitada.
O Brasil vive várias contradições simultâneas, um governo com “programa” absolutamente contra os direitos sociais, trabalhista, previdenciários, desprezo aos direitos humanos e nenhum respeito à democracia. Ao mesmo tempo, os movimentos sociais e políticos, ainda não se recuperaram das derrotas dos últimos 4 anos, não conseguindo apresentar programa alternativo e nem apontar para resistir ao caos social.
A Pandemia paralisou uma provável reorganização popular de resistência, mesmo com um governo que aposta no quanto pior melhor, nenhuma preocupação com as mortes de mais de 200 mil brasileiros, continua a negar a doença e o combate a ela. Trabalhou durante todo esse tempo para boicotar as ações de governos municipais e estaduais para enfrentar a pandemia.
O presidente desdenha da doença, jamais se solidarizou com as famílias, nenhum gesto de empatia com os doentes, solidariedade. Pegou carona no Auxílio Emergencial aprovado pela Oposição no Congresso, tomando como seu, ao mesmo tempo que faz questão de repetir que morrer faz parte e que as pessoas são covardes para não enfrentar a doença.
A esperança da vacina nem um momento foi tratada com prioridade por Bolsonaro e seus ministros, ao contrário, fez questão de tentar atrapalhar a aquisição de vacinas e planos de vacinação de governo estaduais, chegou ao absurdo de editar Medida Provisória para impedir o início do processo de imunização que não seja feita pelo governo federal, mesmo que não apresente um plano coerente de vacinação.
É nesse cenário que surgem essas primeira lutas, em São Paulo uma pequena manifestação chamada pela “Mães de Maio” e “Passe Livre”, pelo retorno do passe livre dos idosos, uma maldade de Dória e Covas, assim como outros prefeitos que seguiram o mesmo caminho, tentam restringir esse importante direito dos idosos entre 60 e 65 anos de idade, a gratuidade do transporte coletivo.
Outro importante movimento pela Vacinação Ampla, Gratuita e Imediata, está ganhando corpo nas redes sociais. Uma nota da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP em menos de 5 dias recebeu mais de 200 adesões para assinaturas conjunta, num desejo de que se torne uma voz ativa para que o governo federal e estaduais garantam a Vacinação urgente, uma esperança para o país.
Esse movimento fará um ato virtual, dia 14.01 às 17 horas, que promete reunir entidades como OAB, ABI, CNBB, UNE, UNEAFRO, centrais sindicais (CUT, CSP Conlutas, UGT) e vários sindicatos, movimentos sociais, entidades de saúde, de educação, comissões da OAB, pastorais, associação das mais variadas, dando um caráter popular, um desafogo nesse momento tão complexo.
São essas as iniciativas que apontam para um ano que promete ser o de retomada da resistência.