27 de novembro de 2025

7 thoughts on “867: O Ultraliberalismo é a Barbárie.

  1. Arnóbio, sou médica, trabalho no serviço público, por sinal, me sinto mais ‘a vontade trabalhando nele do que na clínica privada. Votei no Lula e na Dilma, sou defensora de ambos, porém espero que esta linha em que o governo federal está trabalhando seja revista. Pelo bem de todos, do governo, dos médicos, da população, da saúde. Levar o médico para as áreas inóspitas, com um estetoscópio no pescoço, não adianta nada… Trabalho em Fortaleza, mas quantas vezes, ao ser agredida (graças a Deus, apenas verbalmente) pela paciente que atendo na Emergência, grávida, em busca de vaga, tenho que mostrar que não a interno, porque não tenho vaga, ou porque o caso dela não é para o meu nível de atendimento, precisa de UTI neonatal, ou coisa parecida, que não disponho no hospital de nível secundário que trabalho. Eu sofro tanto quanto a paciente.
    O grande problema da saúde se chama: MUNICIPALIZAÇÃO. O governo federal tem que buscar saber o que é feito com o dinheiro repassado para os estados e municípios. Tenho 16 anos de formada e desde a faculdade se sabe que trabalhar no interior é só passar uma chuva. Porque quando muda o prefeito, o médico perde o emprego, ou não recebe o salário. Não há um pingo de estabilidade. Ah! Mas com o programa do governo, o PROVAB, este problema acaba. NÃÃOO! O dinheiro continua sendo repassado para o município e é este que paga os profissionais.
    Então, a mudança tem que ser de vários ângulos, mas principalmente dar condições adequadas de trabalho para o profissional e estabilidade, não só para os médicos, mas para todos os outros profissionais da saúde que compõem uma equipe multidisciplinar, tão importante para o bom atendimento à população.
    Não me arrependo da profissão que escolhi, me realizo quando atendo uma paciente e consigo resolver o problema dela. Faria tudo de novo, mas me preocupo com o nosso futuro.

  2. Rosiane,

    Sei bem de várias situações relatadas e suas enormes gravidades, mas também há casos de médicos que furam plantão, que usam “dedo de silicone” para fraudar o ponto, que há cidades com postos de saúdes prontos e sem médicos, tudo isto faz parte do contexto, Segundo, os futuros médicos, em 2021, veja bem, não agora, é que terão que prestar serviço de 2 anos, com BOLSA paga diretamente pelo MEC, não passando por troca de prefeitos.
    A municipalização foi uma decisão constitucional, para impedir que Presidente/Governador não repassasem as verbas vinculadas aos munícipios, concordo que aconteceu o oposto, estes prefeitos surrupiam o dinheiro não pagando não apenas médicos, como também professores e funcionalismo em geral. Cabe ao MP e aos órgãos de controle a fiscalização e punição. A reversão da municipalização não é simples e não maioria dos casos não desejável.
    Você também há de convir de que os médicos são, em sua maioria, advindos de classe média alta que entram nas melhores universidades, mas seu compromisso em regra é com a medicina privada, seus consultórios, planos de sáude etc. Ou você não acha que tem que ter uma retribuição social pela alto custo de suas formações? Em particular a medicina, odontologia, tem uma função social imensa, não lhe causando estorvo servir por pouco tempo. Lembremos ainda que as Residências Médicas são em sua maioria bancadas pelo poder público, ou estou errado?
    Ao mesmo tempo, estas mesmas entidades médicas são contra a vinda de profissionais estrangeiros, por qual motivo?Certeza de que não pela qualidade do serviço, principalmente ninguém viu uma ÚNICA manifestação dos médicos e dos CRM quando se acabou a CPMF, certo?
    A situação é complexa, espero que possa ter uma negociação que venha a mediar os extremos, mas o que vi na Paulista aqui em SP foi de dar vergonha a boçalidade e os arroubos, como uma foto da Dilma e nos lábios o desenho CUbanos, com escritos vá se tratar em Cuba, ou dize que dedo do Lula tava “enfiado no C..” etc… isto depõe contra os próprios envolvidos, muitos inclusives pagos pelo Cremesp para ir até à Paulista.
    Vamos debatendo, quem sabe acharemos uma saída?

    Atenciosamente,

    Arnobio

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