Arnobio Rocha Crise 2.0 Vitória do Brasil na OMC, Derrota da Mídia Local

825: Vitória do Brasil na OMC, Derrota da Mídia Local

 

O brasileiro Roberto Azêvedo eleito Diretor-Geral da OMC(Foto: Fabrice Coffrin/AFP)

 

Alertei ontem que a mídia brasileira não se conformaria com a vitória do Brasil na OMC, com a eleição do Embaixador Roberto Azêvedo e cargo mais importante do órgão, que somado ao cargo na FAO, mostra um novo caminho da diplomacia brasileira no mundo, reforçando uma virada nas relações mundiais, em particular com o advento da Crise 2.0, em que as velhas potências balançaram, abrindo espaço para novos atores como os BRICS, o Brasil em especial, tem aproveitando bem este novo momento.

 

Nem deu um dia e começaram a destilar seus ódios. Mas é preciso lembrar que um dia antes da eleição os jornalões brasileiros  comemoraram a notícia de que UE ter decidido pelo voto em Herminio Blanco, mexicano, lançado pelos EUA, afinal ele é um graduado mestre da escola de Chicago, bem em linha com os interesses de Washington, coincidindo com os da mídia tapuia. Aqui não conseguem entender, ou melhor, aceitar as mudanças mundiais e o protagonismo do Brasil, desde o início do Governo Lula.

Hoje, para variar, um artigo na Folha de São Paulo, de Marcos Troyjo, para tentar desancar o Brasil, mas se mostrou um completo equívoco, pois o texto não se sustenta, é de uma fragilidade risível, leiamos alguns trechos, começando com o óbvio, a aparente saudação feliz com a vitória: “A eleição do diplomata Roberto Azevêdo à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) representa uma grande vitória do Brasil. A questão, no entanto, é como transformá-la numa vitória para o Brasil”. No parágrafo seguinte, ele diz a que veio dizendo que “Globalmente, o discurso brasileiro tem soado mais alto do que suas conquistas econômicas. Sua ideia de reputação está entrelaçada com a tarefa de atualização da ONU. Tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança. Fortalecer o comércio multilateral mediante a OMC. O Brasil parece saber o que quer para o mundo. Não necessariamente o que quer do mundo”.

Depois começa a destilar ódios e bobagens “No Brasil, cuja expansão econômica atrofiou-se há mais de dois anos, colhemos o resultado de preferências por políticas externas com bases ideológicas e ênfase em afinidades políticas. Pouca atenção ao pragmatismo econômico, ao estabelecimento de acordos de livre comércio e à promoção comercial bilateral”. Ora, recorta os dois últimos anos, para fundamentar sua tola crítica, esquecendo de propósito o longo avanço desde 2003, como se a política estivsse errada, o que é exatamente o oposto, o Brasil aprofundou sua busca pelos novos mercados, graças a esta diversidade não caiu na Crise geral, pois se dependesse dos EUA, como defende os vira-latas, hoje estaríamos numa crise profunda.

Deste momento em diante o artigo descamba para desonestidade intelectual, além de insinuar que o Brasil “comprou” o cargo na OMC, pois ao “Fortalecer a cooperação Sul-Sul tem sido prioridade. As diversas geometrias promovidas pelo Brasil na América Latina, seja usando o Mercosul, a União de Nações Sul-Americanas ou a Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos, rendem abundantes discursos sobre um mundo mais equânime, mas poucos resultados econômicos tangíveis”. Se não são tangíveis o que explica a ampliação da balança comercial nestes últimos 10 anos?. O Senhor Troyjo avança o sinal dizendo que “Em vez de promover reformas microeconômicas internas e estabelecer robustas agências de negócios nas cidades globais da América do Norte, Europa ou Ásia, os estrategistas brasileiros julgaram de maior impacto para suas ambições multilaterais abrir postos diplomáticos em cidades como Baku, Belmopã, Basse-Terre, Castries, Conacri, Cotonou, Cartum, Gaborone, Malabo, Nouakchott e Uagadugu. Isso angaria simpatia e votos na OMC e outros fóruns, mas pouco fluxo de comércio”.

Fazer agências de negócios nas cidades dos EUA e UE, ou seja, a mesma lógica de sempre, dos derrotistas empedernidos, mas ele enxerga a prioridade em abrir presença em países mais pobres como sendo para “angaria simpatia e votos na OMC e outros fóruns, mas pouco fluxo de comércio”. Mas não satisfeito declara que  “longe de irrelevante, ter um excelente profissional brasileiro à frente do mais representativo organismo do comércio internacional é motivo de celebração e orgulho. O risco é enxergarmos na vitória na OMC a legitimação da insular política comercial brasileira dos últimos anos”.  Que mundo habita este cidadão?

É artigo para legitimar a tese da mídia brasileira de que o Brasil sofre isolamento internacional, é incrível, mas é esta a tese, fazer comércio com outros países, que não os EUA ou UE é isolamento. Chegamos aos raios do ridículo, uma tese insustentável, pois encerra duas graves mentiras, ou contradições:

  1. Que a Brasil faz política externa é “insular”, ora, meus ateus, como se faz política isolacionista e se vence na OMC e FAO?
  2. Mesmo importante esta vitória não pode ser usada por Dilma ou governo petista para legitimar a política insular do Brasil, então não se deve comemorar, ou melhor, devemos nos envergonhar de vencer;

Foi vitória maiúscula deste 10 anos de Governo Petista e Derrota vexatória para mídia estúpida nacional, esta que é a verdade. Então como não de pode contestar, tratemos de relevar a importância, ou a menosprezar afirmando que outros objetivos não foram alcançados, como faz o repórter da Folha no final da matéria sobre a eleição, dizendo que ”O Maior Objetivo do país na política externa continua inalcançado: a conquista da vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU”. 

Que dor de cotovelo, né? Quando tivermos a vaga na CS da ONU, o que dirão?

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3 thoughts on “825: Vitória do Brasil na OMC, Derrota da Mídia Local”

  1. Graças ao governo de Lula, os brasileiros esqueceram a viralatice, a midia brasileira cada vez mais afunda nela. Por puro ódio dos governos petistas, são capazes de negar até o óbvio que ao eleger o Diplomata brasileiro para a direção de um dos organismos internacionais mais importante, o Brasil marcou um importante gol de sua diplomacia, como diria Lula.

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