As duras medidas da troika(FMI,BCE e UE) impondo um amplo confisco ao povo de Chipre, pode trazer graves consequências não apenas para pequena ilha, de pouco mais de um milhão de habitantes, mas para toda União Europa. Conforme escrevemos antes no post O Confisco da Poupança em Chipre, trouxemos as primeiras e graves repercussões das medidas. Estas ações, que tantas vezes analisamos na série sobre a Crise 2.0, faz parte do receituário do FMI, muito comumente aplicado na América Latina nos anos 80 e 90, mas inédito no assim chamado “primeiro mundo”.
Há uma clima de revolta, não apenas em Chipre, em Moscou, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, ficou perplexo, pois a medida de confisco, atinge diretamente empresas e cidadãos russos, calcula-se que há cerca de 30 bilhões de Euros de origem da Rússia na banca de Chipre, muito deste dinheiro, sem uma origem legal. Medvedev foi duro, segundo o site EuroNews, ele disse francamente ““Sejamos claros: isto assemelha-se a uma confiscação do dinheiro das pessoas. Não sei quem foi o autor desta ideia, mas é o que parece. Infelizmente estamos familiarizados com estas práticas dos tempos soviéticos.”
Ainda, Segundo o EuroNews, Moscou e Nicósia estavam acertando um empréstimo ponte de 2,5 bilhões de Euros, antes da intervenção da Troika, agora Moscou avisou que não fará mais qualquer acordo. E o caso do confisco ainda depende da votação no parlamento, que foi adiado duas vezes, pois há temor de uma revolta popular, “Nicos Anastasiades, o presidente cipriota, disse que os impostos sobre os depósitos bancários foram a opção “menos dolorosa” do acordo de resgate ao país por parte da União Europeia”. O PIB de apenas 17 bilhões da ilha põe a nu a dependência em relação aos bancos, que têm mais de 60 bilhões nos seus cofres, enquanto a economia local afunda. Tentam no parlamento um acordo para livrar os pequenos poupadores.
Paul Krugman num artigo não fez por menos, criticando Olli Rehn, comissário para assuntos Econômicos da UE, que insiste em dizer que “a recuperação da economia real na Europa tomou conta e está se tornando auto-sustentável.” krugman complementa,que mesmo depois ditos “Rehn permanece no cargo na Comissão Europeia e continua dizendo que a austeridade vai estar operacional a qualquer momento. E não está sozinho. A equipe econômica da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico maio 2010 nos disse não só que a Europa precisava de austeridade fiscal, mas também que o Fed teve de aumentar as taxas de juro antes de fim de ano para evitar a inflação continua a emitir relatórios. E depois há o britânico David Cameron e George Osborne”.
Ou seja, há uma corrente de lobotomia, liderada pela Troika, que continua a mergulhar a economia mundial no caos, o caso de Chipre, é apenas mais uma “varada”. O problema é que este método, se não for barrado imediatamente, será amplamente usado, em economias combalidas como Portugal, Espanha, Grécia e Itália. O teste de Chipre é decisivo para mais um avanço dos banqueiros, em tomar para si, o já pouco que sobrou aos trabalhadores e ao povo em geral. As experiências de confiscos, costumam ser traumáticas, mas parece que isto, pouco importa aos “gênios” da Troika.
O que virá depois, quem será o próximo? é isto que se pergunta no restante da Europa.
“Corrente de lobotomia” é EXCELENTE!