694: #VaiCorinthians : O Mundo Não Acabou

#VaiCorinthians Forte e extremamente eficiente, solidário.

Caros amigos, corintianos ou anti-corintianos, ateus ou atoas, gregos ou baianos, o medo do mundo sempre esteve presente em nossas vidas, principalmente em viradas de milênios, ou em previsões catastróficas, como a agora a dos Maias. Mas a história que passo a contar é quase verdade ou quase invenção, mas se você, caro leitor, é supersticioso, melhor nem ler.

Nosso conto começa na metade de maio de 2010, num Pacaembu lotado, o grande Ronaldo visivelmente fora de forma, se supera, marca duas vezes numa atmosfera de muita tensão, logo no início do segundo tempo, o “quase” corintiano, Wagner Love, marca e põe fim mais uma vez na sina do Corinthians de fracassar na Libertadores. Mas, esta vez parecia diferente, não houve quebra-quebra, o mundo vai acabar mesmo, pensei resignado.

Dias depois, naquele que seria alegre dia, da festa africana, uma Copa do Mundo, abertura dela, todas as atenções voltadas para lá, bem naquele instante, estávamos num hospital, com a certeza de que o mundo realmente podia acabar. Minha filha mais velha diagnostica com Leucemia ( #Leucemia : Quando ela bate na sua porta! ), terrível doença, ali, esposa, minha outra filha(sem entender nada), tudo parecia incerto, nada garantia que o mundo não terminasse assim, o que seria de nós. Cada dia internados, nós os pais e a Letícia, enquanto a Luana, a pequena de casa em casa, o mundo acabava um pouco acabava.

O ano novo começa, logo no início de 2011, lá na Colômbia, um incerto Tolima, nos fez virar piada mundial, não apenas local, as peças mais improváveis sempre pregadas assim mesmo quando menos se espera, da forma mais triste e inesperada. Ora, para quem já vivia um drama em casa, aquilo nem abalou, pois mais uma vez estávamos no hospital, pleno carnaval, estávamos ali de novo internados, era a sina pós-derrota do Corinthians?ou apenas parte de nossa tragédia. Parecia que ia ruir tudo. Ronaldo parou, Roberto Carlos se vai, Elias também. O ano de 2011 seria muito, mais muito longo, aqui em casa também.

O ano terminou com nossa esperança recobrada, um ano e meio de tratamento, com todas as provações sendo vencidas, dia a dia, paralelamente o comandante Tite foi preparando aqueles jogadores para que o mundo não acabasse tão rápido, podia ser que a tese Maia, findasse no dezembro seguinte. O primeiro semestre de 2012, foi absolutamente tenso, nervoso, preocupado, era decisivo para que a Letícia superasse a sina, nosso mundo não acabasse. A grande jornada da Libertadores avançou, para os antis, era sinal do fim do mundo, afinal JAMAIS o Corinthians ganharia uma libertadores(Do Sarriá(82) ao Pacaembu(2012): Liberta Dores ), nós vencemos.

O resto do ano foi de preparação da festa dos 15 anos da Letícia, da paz em casa. Ao lado o Corinthians se encaminhava para o Japão, mas olha o medo, dia 12/12/12 era a estréia, o calendário Maia ia funcionar? Esta era a pergunta dos meses seguidos. Neste meio tempo, os 102 anos do clube foi comemorado em cada jogo do segundo semestre, a torcida queria agradecer a Libertadores, nem importava o adversário. Em casa toda família veio comemorar a Letícia, sua luta, seus 15 anos, mas o ano e o mundo ameaçava acabar.

Chega dia 3/12, oficialmente a última quimioterapia da Letícia (Unidos Pela Cura ), uma parte enorme de nossas dores se aliviam, pouco mais tarde, a torcida do Corinthians deu uma demonstração de todo seu amor, nada menos que 15 mil foram ao aeroporto se despedir dos seus heróis. Nós em casa comemorando. Agora a dúvida, era se os Maias estariam certos. Bem, falharam no 12/12/12, foi sofrido, mas fomos em frente, o mundo não acabou, mais uma vez o Corinthians bateu nos antis, que apostavam no vexame, que não veio.

Dia 16/12, quatro dias após o fim do mundo, eis que lá onde o sol nasce, no outro lado do mundo, um bando de loucos que protagonizou o mais importante momento do futebol brasileiro em muitas décadas, encheu o estádio, transformou estádio de Yokohama num imenso Pacaembu, as músicas cantadas, o poropopó, os hinos que nos fez jogar e vibrar mais, tudo parecia em casa. Cedo acordamos, este time solidário, companheiro, tem em Guerrero o cara que completa uma jogada que passou por Alessandro, Chicão, Paulinho, Jorge Henrique, Paulinho, Danilo e ele fechando para o gol. Cássio pegou até pensamento, nada abalaria os guerreiros de Jorge, as armas estavam com Ralf, Paulo André, Fábio Santos, Emerson, Martines e Wallace. #VaiCorinthians : O Mundo é Nosso .

O Mundo não acabou, nem aqui em casa, nem no Japão…a vida e a esperança continuam..numa noite sem sono, abraço a todos.

(atualizado em 16/12/2017)

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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