Um final de semana melancólico para Espanha, teve que ouvir as duas recomendações de Dilma no sábado sobre sua desastrada austeridade, além de não conceder o “passe-livre” ao espanhóis no Brasil, sem reciprocidade. O domingo perdeu no Futsal faltando 19 segundos, depois o tênis perdeu a final da Davis e para fechar Alonso se distanciou mais de Vettel. Aqui, na série sobre a Crise 2.0, você acompanha este um ano de Rajoy que, depois que a extrema-direita venceu, o país foi para o Limbo.
Mas as feridas parece não curar, em 2013 a população espanhola será menor do que a atual, além da baixa natalidade, muita gente deixa o país em busca de novas oportunidades. A perda substancial de cérebros, num momento de crise, é irreparável no curto prazo, na área de saúde, onde houve os maiores cortes, o déficit na formação de médicos, enfermeiros e novos residentes chegará aos 25 mil em 2016, o que pode gerar um crise ainda maior no setor. O Estado está sendo desmontado a olhos nus. Exceto na área de segurança interna( Repressão), todos os setores tiveram e terão novos cortes em 2013 e 2014.
O país vira refém da banca externa e interna, a política hipotecaria se agravou este ano com a retomada dos imóveis o que tem provocado suicídios e protestos, surgiu uma associação chamada Plataformas de Afectados por la Hipoteca (PAH), que coordena um movimento nacional contra as execuções hipotecarias, pedindo as prefeituras e províncias, que barrem ou não ofereçam ajuda policial para execuções, algumas municipalidades aceitou o pedido. Agora tentam sensibilizar o judiciário para que não continuem a atender o desejo voraz da banca, a crise é humanitária, estar, ou deveria, acima da questão financeira. Há uma intensa mobilização contra a famigerada lei de hipotecas.
Porém, o centro das atenções da Espanha, são as eleições da Catalunha, o confronto parece seguir para ruptura, pelo cronograma de Artur Mas (CiU), atual Governador da província autônoma e líder das pesquisas, que disse que “mesmo sem maioria absoluta” quer iniciar a autonomia total em janeiro de 2013, “sem perda de tempo“. O tema é explosivo na Espanha, une inclusive o PP e PSOE, contra o projeto de um país na Catalunha, a região mais rica e próspera da Espanha, com um padrão de vida quase o dobro do resto do país.
A decisão de Artur Mas é convocar o parlamento local eleito, logo em sua primeira sessão, para apreciar a proposta de referendo pela autonomia, um processo de ruptura, que começa a abalar o país. O medo que a Catalunha se desligue da Espanha, depois o País Basco, fragmentando ainda mais a já combalida Espanha. Aparentemente uma campanha difamatória coordenada pelo governo central para atingir a honra de Mas, insinuando que ele tem contas secretas na Suíça, fruto de corrupção e propinas recebidas no mandato atual.
A Espanha paga pelos seus erros, assim como a UE, apertando demais o torniquete, acaba matando o paciente, as exigências da Troika, Não dão menor chance de uma recuperação da economia, ao contrário, apenas cairá mais neste ano e no próximo, sobrando ao governo da extrema-direita, a repressão aberta, como a do #14N. Este caminho pode levar a uma guerra civil bem próxima.
Sigamos, atentos!
Oi, amigo, sabe onde posso achar essas estatísticas econômicas Catalunha x Espanha?
Tinha tempo que não lia seu blog! Parabéns, mais uma vez! Está show!!!
Será que assistiremos a uma nova onda migratória de espanhóis para o Brasil?