Alguns sonhos, dão bons posts, outros post dão bons sonhos, mas há os que não nos levam a escrever e nem a sonhar. Quando coincide de escrever o sonho é uma sensação maravilhosa, única, diria, pois materializa algo que não sabemos explicar plenamente. Esta noite foi intensa de produção onírica, por volta das duas ou três da manhã, ainda sob o efeito da adrenalina da vitória da Haddad ( Haddad: O Futuro Venceu ), o sono não estava fácil.
As reflexões falavam mais alto, entre cochilos e assombros, me veio integralmente, palavra a palavra o texto do post sobre minha Fortaleza ( A Queda do Forte Schoonenborch ), minha terra querida, até as imagens do Forte, assim como o “Seminário da Prainha” que usei de contraponto, estava na minha mente. Olhei o relógio, 3:47, pensei em me levantar e ir escrever, achando que esqueceria o texto. Resolvi dormir mais, as 4:50 novo acordar, os nomes dos personagens ainda não estavam no texto, mas não levantei de novo.
Acordei às 6, levantei, chamei a Letícia, preparei café, saímos para escola, depois vim ao trabalho, felizmente, não havia esquecido uma vírgula do que sonhara, poucos minutos e o artigo brotou, uma metáfora do passado, um alerta do futuro, a dor no presente, uma certa angústia, saber que mais uma vez os bárbaros venceram. Nossos erros foram maiores do que os acertos. As incertezas de como será o porvir, mas com aquela lembrança de como foi o pós-derrota dos holandeses, me deixa amargurado, mesmo distante, exilado, por opção, a nossa consciência coletiva, fala mais alto.
Mas este post é sobre construção de textos, não sobre os artigos em si, a maravilha que é se sentir premiado com estes pequenos insight, estes flashes, uma união de sonho e memória, que não se apaga, uma continuação no sonho, ou depois dele da atividade criativa. Escrever é sonhar, cada vez me convenço disto, assim como sonhar é escrever, talvez não vire texto, mas aguça os sentidos.
Feliz, Ponto.