Arnobio Rocha Reflexões As Meninas Gigantes

398: As Meninas Gigantes

 

Minhas Meninas,meu coração - imagem do Google

 

Depois do dia tenso, mas com a alegria da tarde, que relatei no post Pequenas Mensagens, no início da noite a pequena Lelê, que acordou às 6, assistiu aulas até às 12, comeu e foi para o hospital e permaneceu por 5 horas fazendo quimioterapia, já são mais de 80 sessões, chegou em casa sorridente, mas faminta. Mas, ao ver aquele sorriso, mesmo tão cansada, relaxei plenamente. Ela queria comer Strogonoff de frango, lá fui eu ao supermercado comprar os ingrediente fresquinhos, para que ela comesse o melhor possível, qualquer esforço que faço, sempre é pouco, diante de tudo que ela passa.

 

Fizemos um gostoso jantar, Lelê comeu como gente grande, muito, se deliciou, não aparentou qualquer cansaço, estava feliz e forte. Caramba, vendo tudo aquilo, nem sei o que pensar quando reclamo de qualquer coisa, por tudo que enfrenta, aí sorri? Brincou, assistiu TV, mas deu 21, foi para cama dormir, nem precisamos pedir, ela se preparou sozinha, escovou dentes, tomou remédios, mas aí me chamou, acho que ela adora quebrar meu coração…pediu para cantar música de ninar, queria lembra de quando era bebê e me fazia cantar TODAS as músicas que sabia e ela não dormia. Discretamente, chorei, fico emocionado com as coisas dela.

 

Esqueço qualquer coisa que acontece no “mundo real”, política, futebol, trabalho, toda e qualquer dedicação que possa dar, farei com prazer, não posso me sentir cansado ou ter preguiça, a luta que enfrenta é uma enormidade, inominável. Raramente reclama, a rotina é intensa, atividades escolares, extra-curriculares, esporte, preparação de seus 15 anos, dentro de um tratamento violento como é de Leucemia, apenas os FORTES, em todos os aspectos, conseguem passar por isto, sendo firme, disciplinado e mantendo a cabeça no lugar, buscando se feliz.

 

As coisas que digo sobre a Lelê, na verdade são bem pequenas, como também sobre sua irmãzinha, Luana, que enfrenta um certo abandono, mesmo inconsciente, nosso. As duas são pequenas gigantes, nós acabamos diminuídos por jamais imaginarmos que geramos meninas tão valentes, perseverantes e destemidas. Claro que as provações e amarguras que a Lelê passa, são maiores, as marcas no corpo são visíveis, não apenas as picadas das agulhas, as punções, as cicatrizes, as mudanças do organismo, enfim este conjunto todo. Mas, em outra mão, a irmã sofre as mesmas angustias e sentimentos de dor, na alma, na cabecinha dela. São duas heroínas, cada uma ao seu modo.

 

Apenas me curvo, diante de tão belas meninas, que nos enchem de orgulho e amor, obrigado por me ensinarem a ser gente, humano, real, vivo.

 

 

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0 thoughts on “398: As Meninas Gigantes”

  1. Arnóbio fiquei muito emocionada com suas palavras! Eu sabia que a Mara havia telefonado para a Mamãe para solicitar a receita, mas não sabia que era pra preparar um jantar para Lelê! Não existe nada neste mundo que nos toque mais de perto que as vitórias e realizações de nossos Filhos! É sinal que estamos trilhando o caminho certo!

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