121: O Pós 11 de Setembro (Post 120 – 74/2011)

 

 

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Os primeiros artigos desta série sobre os 10 anos do 11 de Setembro foram divididos didaticamente para tentar captar melhor o ambiente que vivíamos nos dias que antecederam, no que significou para cada um, como receberam a notícia, qual impacto causado:”

1)   O que você fazia dia 11 de Setembro de 2001? – relato pessoal sobre como vivi aquele dia e muitos comentários e depoimentos dos leitores dão uma excelente panorama do que foi o 11 de Setembro;

2)   Passos para o 11 de Setembro – é uma tentativa de mostrar que o ataque não foi “mera coincidência”, mas um conjunto de ações feitas pelos EUA e suas conseqüências futuras;

3)  O dia 11 de Setembro de 2001 – demonstro que ninguém  estava preparado ou tinha tido qualquer insight sobre o que poderia acontecer naquela conjuntura, imprensa, partidos, talvez a CIA especulasse algo, mas não tão grave.

Este novo artigo é verificar o pós 11 de Setembro, como o império reagiu e suas ações de criar um novo “eixo do mal”.

Day After

Os arroubos das manchetes pós 11 de Setembro dão a dimensão do desconhecimento e o vestir das cores da guerra proposto pelo Império, sabujamento incorporado pela mídia tapuia:

Folha: “EUA sofrem maior ataque da história”
“Estado”: “Terrorismo declara guerra aos EUA”
“Globo”: “Terror suicida pára o mundo”
“JB”: “EUA armam resposta ao terror”
“Valor”: “Terror abala economia mundial”
“Gazeta Mercantil”: “EUA vulneráveis; o mundo atônito”

O engajamento midiático ao novo/velho discurso de que a América, os EUA, está ameaçada, as “liberdades” e a democracia, empolgaram tanto internamente o país como seu fies vassalos no mundo. Num artigo “Ataque odioso”, na página 3 do caderno central da Folha de S Paulo, o Embaixador “brasileiro” em Washington, Rubens Barbosa pontifica: “Os Eua – e com eles o mundo inteiro – viveram no dia de ontem uma tragédia sem precedentes”. Nem precisamos lembrar a história dos EUA e ver Hiroshima e Nagasaki, por exemplo, mas o importante era se “engajar” e mostrar submissão ao império “ferido”. Diz ainda que a Carta do Presidente Fernando Henrique ao Bush Jr “transmitiu ao Presidente Bush os sentimentos que ocupavam, estou certo, os corações de todos os brasileiros”.

Ainda naquela noite do dia 11 de Setembro, Bush Jr faz pronunciamento e diz que vai “caçar os culpados” e anuncia  o primeiro bombardeio ao Afeganistão. Este foi executado sem medir as conseqüências aos milhares de civis, a resposta era prenuncio do porvir. A reação foi uma resposta de força, coisas piores viriam a seguir, a invasão do Afeganistão, sem nenhum planejamento foi decidida imediatamente.

No plano interno o Governo Bush fez aprovar o USA Patriot Act Nº 1, em que TODA e qualquer liberdade é submetida a “defesa dos EUA” suspendia a qualquer momento toda garantia constitucional em nome da “Guerra ao Terror”. As ligações telefônicas, os sites de internet, programas de TVs, Rádios, passam a ser monitorados, e, para piorar, não importa o lugar do mundo, quem os EUA acharem que os ameacem deve ser caçados e reprimidos.

O clima de terror toma conta do mundo, a economia que estava claudicante piora nos últimos meses de 2001, os esforços de guerra canalizam os recursos, nunca a indústria de guerra ganhou tanto dinheiro desde a queda das URSS. Com este cenário Bush Jr que havia “ganhado” as eleições em 2000 na Suprema Corte, consegue se reeleger com certa facilidade em 2004.

Os custos da Guerra ao terror com Afeganistão e Iraque remonta aos 5 Trilhões, milhares de mortos, países destruídos, milhões de refugiados, e maior insegurança no mundo. A vergonha que são as prisões de Guantánamo ou de Abu Ghraib é a face do que há de pior desta época. Guantánamo pouco difere dos campos de concentração nazista, presos sem absolutamente nenhum direito, os relatos de suicídios e de torturas são denunciados e nada se faz. As torturas e humilhações de Abu Ghraib demonstraram o fracasso da ocupação americana ao Iraque.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

0 thoughts on “121: O Pós 11 de Setembro (Post 120 – 74/2011)

  1. Em primeiro lugar, Arnóbio, parabéns por mais esta postagem genial e que merece ser repassada; muita gente ainda faz coro com os EUA, que perguntaram:”porque com a gente?”. A resposta está aqui, nesta postagem.Porque logo eles?eles que gostam de posar de salvadores do mundo, tão bonzinhos….
    Mais uma vez parabéns!

  2. O Patriot Act é uma facada profunda nas liberdades civis não apenas dos EUA, mas no mundo. Aprofundou a desdemocratização que as megacorporações já promoviam. Que país, que história…

  3. Essas fotos são chocantes…

    E é incrível também que a Prisão de Guantánamo ainda esteja ativa. É lamentável.

    E a ONU!? Se faz de morta. É uma grande palhaçada.

  4. e bom lembrar que segundo as leis internacionais, o bush e conciderado criminoso de guerra.agora mesmo os eua esta bombardiando cidades na libia, y a imprença internacionais não mostra os mihares de civis mortos.

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