2646: Aos meus que se foram!

Ao meu velho, Letícia e Juninho, com amor!

O meu coração sangra.

Hoje é o dia de celebrar os nossos que partiram, aqueles e aquelas que fizeram parte de nossas vidas, alguns/algumas com mais intimidades, outros/as com afinidades, eram parentes, amigos e amigas, em comum os mais variados graus de dores que nos causam, as saudades e lembranças que os anos não apagam.

Lembranças vivas do meu velho pai, seu humor fino, suas histórias cheias de maneirismo, lições de vida, com detalhes e tantos parênteses, que nos prendia e muitas delas, pedíamos para que contasse mais e mais vezes, apenas pelo prazer dele contar, suas viagens de caminhoneiro, de candago jovem, de como pediu nossa mãe em casamento, ambos com 11 anos.

Assim como vem as memórias do meu querido cunhado, José Francisco, que partiu tão novo, as suas lições de amor, vida, fé e dedicação com minha irmã, e aos seus filhos, um grande cara. Tragicamente, o Juninho, seu filho, nosso sobrinho, que nos deixou de forma tão estúpida e inexplicável, minha irmã, Hermínia carrega tantos sentimentos, meu abraço sempre.

Aos meus amigos, irmãos, camaradas, meus velhinhos, Luiz Felipe Araújo, o Lufeba e Marinilda Carvalho, ambos se foram durante a pandemia, meus mestres, tivemos uma convivência intensa no grupo experimental Teia Livre, um portal de internet de esquerda, antes disso virar moda. Dali, eles foram fundamentais na militância política em redes.

O dia, como todos os outros, é de sentir a falta da minha Letícia, dia 18 próximo completamos 7 anos sem ela, ao contrário do que se diz por aí, o tempo não cura nada, apenas vivemos, com ou sem sentido, mas, para mim, não um só dia ou hora em que não pense e não doa, um sentimento complexo de dor, amor, frustação e emoção.

Escrever sobre Letícia é a minha forma de reviver e sentir tanto amor, não que seja igual ou que deva ser, cada um de nós encara a perda de sua forma, de como se defende do sofrer, não é por falta de amor ou sensibilidade, apenas conviver com o imponderável, com algo tão radical que é perder um/a filha/o, a pior experiência humana, pois a morte é parte da vida, mas não é natural um pai, uma mãe, perderam um filho/a.

E não há manual, receita, frase feitas, religiões, terapias que apaguem o sentir, acordar na madrugada e apenas chorar, ver filme, escutar músicas, traçar relações com nossos sentimentos, pois o amor entre todos nós, Mara, Luana e eu, com Letícia é eterno, até mesmo depois que formos, tão pouco importa como nós expressamos, sentimos.

Aos nossos e nossas, para sempre.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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