
À Ecila Meneses, a comandante-em-chefe da revolução proletária de Pacajus!
Domingo nunca foi um dia fácil para mim, desde sempre, repetidas vezes deixei claro em posts e mensagens. E não sei se um dia será, pois em quase 56 anos, não me lembro quando começou essa dificuldade com dia, mas aumentou com o passar dos anos, e super explodiu naquele fatídico 18.11.18, quando Letícia partiu, então essa coisa não tem como mudar, tento apenas conviver e saber que será apenas um dia.
Hoje, um domingo, acordei cedo para o dia e tinha que encontrar minha querida companheira e amiga de mais de 40 anos, a comandante Ecila Meneses, uma figura tão linda e tão cheia de energia, com suas (nossas) preocupações sinceras sobre o destino do mundo, da vida, das questões urgentes que afligem a humanidade e que os anos vão nos consumindo num misto de resignação e/ou cinismo, mais esse do que aqueloutro sentimento.
Nessas aflições, preocupações com nosso tempo, do que já se foi, das mais incertezas do porvir, ali lhe disse algo que realmente sinto de verdade. Ela e eu, somos militantes desde muito cedo, desde a tenra idade, entramos numa vida adulta e de provações que nos fez amadurecer com 13, 14 anos e olhar o mundo de uma forma completamente distinta e intensa.
É fato então que os anos que vivemos foram maiores e de longa duração dos que os anos da maioria das pessoas, pois sempre foram tensos/intensos, fomos experimentados e nos encontramos no meio de turbilhões e com a imensa responsabilidade histórica tomada para nós, por nós, por outros, isso não envelhece, mas traz um sentido de viver mais do que realmente vivemos, uma cronologia de tempo-espaço tão grande que os dias, as semanas, meses e anos, foram tão maiores.
As dores e questões que não resolvemos na juventude muitas vezes cobram respostas hoje, com nossa saúde, nossas preocupações de futuro, até mesmo o legado e projeções do que poderíamos ser (e fomos) se perdem pela crueza das batalhas infinitas, nosso radar está sempre alerta, impossível desligar e simplesmente curtir plenamente.
Impressionante é que tivemos trajetórias tão distantes e sentimentos de camaradagem tão próximas, as divergências das disputas juvenis, do sectarismo do movimento estudantil dos anos 80, éramos tão crianças e tão duros conosco mesmo e entre nós, superamos com fraternidade, amizade, famílias que se entrelaçam e se gostam, torcemos por nós todos, Newton, Mara, Luana, Malu, Ulisses, à Letícia (em memória).
Obrigado, querida amiga, até esqueci que era domingo.