Hoje, 21.04.2025, morreu um grande homem, Cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, o jesuíta. Eleito em março de 2013 como uma solução de continuidade e breve (era o desejo do conclave), para ser apenas um interino no meio da enorme crise e escândalos da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), o Vatileaks que derrubou o mais poderosos homem da ICAR, o Cardeal Ratzinger, que dominou o Vaticano no papado de João Paulo II e eleito Papa Bento XVI, não segurou o tamanho do rombo.
O Vatileakes trouxe ao mundo não apenas os desmandos internos da Cúria Romana, mas a também a luta interna de poder, as tramas para dominar a ICAR. A renúncia de Bento XVI e a eleição do Cardeal Bergoglio, argentino, com seus 76 anos, vindo de uma igreja manchada pelas relações controversas com a ditadura, tudo levava a crer que seria mais do mesmo, pior, que o Papa Francisco seria apenas mais um fantoche do cúria e que duraria pouco, por sua saúde frágil, enquanto os partidos lutariam por sua futura sucessão.
Tudo conspirava para um papado comum, fraco, sem apoio e isolado. É preciso dizer que o Cardeal Bergoglio é um Milagre, mas não um milagre qualquer, para a fé cristã deve ser reconhecer nele uma verdadeira luz, algo como o “espírito santo”, aquela luz que ilumina a inteligência, a sensibilidade humana. O Papa Francisco não apenas foi surpreendente pelas suas palavras, mas foi muito mais, ele foi um lutado e testemunho vivo de uma bela mudança na ICAR.
Seu papado foi surpreendentemente longo, cheio de grandes realizações e enormes gestos, que marcaram uma época para o mundo. Posições firmes e inequívocas, em meio as contradições de uma igreja milenar, pouco dada à gestos que dialogasse com o mundo presente, mesmos esforços dos Papas, João XXIII e Paulo VI, foram quase apagados pela dupla, João Paulo II e Bento XVI, não apenas conservadores, mas profundamente reacionários e coniventes com os desmandos da ICAR no mundo, que o escândalo do Vatleaks trouxe luz.
A despedida do Papa Francisco traz uma razoável dúvida sobre suas reformas, se elas serão perenes, de que a Igreja Católica tenha mudados minimamente e que realmente possa se ajustar ao tempo e compreender o mundo com suas nuances e manter sua fé. Claro que se espera Papa Francisco e que seu exemplo gigante seja sempre levado em consideração pelo futuro papa, sem retrocessos, pois o mundo precisa de gente com posições humanas (mais do que política) pela Democracia, pelos Direitos Humanos e contra o obscurantismo e negacionismo.
Vá em paz, Papa Francisco.
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