Claro que aos domingos, o seu ocaso nos leva às sombras, exercemos nossos limites, nem sempre os melhores e mais adequados, mas é assim e não temos como fugir dele, em especial que tem uma mente atormentada pelas dores, as mais duras que se possa imagina e sentir, tantas vezes expressadas aqui.
Enfim.
A semana que nasce no domingo, mas que começa na segunda é uma oportunidade de esquecer os sombrios sentimentos, pois o trabalho e os dias (by Hesíodo) não darão espaços para nada que não seja o que precisamos para ter resultado, justificar nossos ganhos e ter uma certa dignidade, inclusive para sofrer, por óbvio.
As conexões mentais mudam na segunda, viramos a chave, as muitas obrigações acabam por nos trazer outras realidades, outras necessidades, de interações que dependem de nós, de nossas mãos, braços e intelecto, que raramente darão tempo de esperar por um questões privadas, ou de humor, o que tem que ser feito, precisar ser feito, simples assim.
É o tal do mundo real, como brincava um amigo, com uma frase: “o trabalho empobrece o homem”. Depois ele completava, nunca vi rico trabalhando. Uma frase lapidar dos anos de 1990, o que está em linha com o presente, quando se debate a escala de trabalho 6 x 1, sob novas perspectivas, humana e de dignidade.
As longas jornadas de trabalho que se justificava pela parte não paga, está superada por dois fenômenos combinados, a introdução massiva de tecnologia, segundo pelo nível médio de ocupação, jornadas menores não diminuirão os ganhos patronais (lucro), ao mesmo tempo, a diminuição, PODE criar mais empregos e diminuir a pobreza, miséria e fome.
Trabalhar menos e melhor não é uma questão de privilégios, mas de saúde física e mental, as longas jornadas, deveriam incluir o deslocamento humano, o tempo em que se gasta para ir e voltar ao trabalho, o estresse de trânsito, de transporte público colapsado, cheiro e insalubre, a necessidade de se estudar continuamente, também faz parte da jornada de trabalho, o livre acesso das empresas aos trabalhadores via comunicadores online, é um dado da realidade.
As novas condições sociais, a necessidade da divisão das tarefas de casa, do cuidar dos filhos, da atenção com a escola, com a saúde individual e da família, não é mais uma dupla, tripla jornada das mulheres, por exemplo. A escala de 6 x 1 engessa o crescimento humano, não aumenta a produtividade gera doença e uma sensação de vida inútil e miserável, sem brilho, sem lazer e prazer.
Segundou, mesmo!