Ainda Estou Aqui – o Brasil que varreu a Ditadura para debaixo do tapete!

Um grande e imperdível filme.

Fui tomando por um sentimento paradoxal no mesmo dia: O “artigo” (que alguém escreveu para o ) Bolsonaro na Folha de S. Paulo “Aceitem a Democracia”, ao mesmo tempo em que vi a obra prima: Ainda Estou Aqui, filme de Walter Sales, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, em que você saí da cadeira do cinema com muita dificuldade, os olhos cheios de lágrimas, as dores pelo corpo, o não encontrar saída para um país tão complexo.

É um Contraste absurdo, duas peças distintas, mas que se cruzam no tempo e no espaço, Bolsonaro foi a negação da Presidência, assim como todos os seus ídolos milicos, trogloditas, cafajestes e covardes, que impuseram a Ditadura civil-militar, truculenta, desumana, que mancha a história do Brasil, nos envergonha e pior, todos impunes, inclusive Bolsonaro, pelo apego e apologia aos ditadores e torturadores e pelo governo irresponsável que carrega mais 700 mil mortos pela COVID na bagagem e a omissão dele, além da trama para um novo GOLPE, que fracassou.

A família do ex-deputado Rubens Paiva lutou por 26 anos para receber o Atestado de Óbito, sem direito ao corpo, sem saber ao certo as torturas pelas quais passou até a sua morte. Os centros de torturas, os mais de 200 desaparecidos, as mais de 20 mil vítimas da Ditatura Fascista que a Folha de S. Paulo, ela aqui de novo, chama de “DITABRANDA” (matou pouco? Torturou pouco? Entregou pouco o país?), nenhuma condenação, nenhum milico punido, o que deu azo a uma saudade de um tempo horrível, vendido como se bom fosse.

A Ditadura legou ao país o MEDO, o entulho autoritário vivo, a “justiça militar”,  uma Polícia Militar (em todos os estados) que mata, que prende e arrebenta, que intimida a população, especialmente nas periferias, que se nega a obedecer os governos civis eleitos, empareda governadores, deputados, que se recusa a usa as câmeras corporais, que ameaça as famílias num enterro.

O Brasil é o inusitado, viveu dois governos desastrosos, um fruto de um GOLPE, Temer, e o segundo, Bolsonaro, como uma consequência do primeiro, eleito pela urnas, sem o maior nome no pleito, comprovou ser o pior entre os piores, mas que teve coerência de não governar, de ser um completo inepto, um boçal na presidência sem modos, sem respeito à liturgia do cargo, sem apreço à democracia, uma tentativa calhorda de voltar “valores” da ditadura, inclusive exaltando torturadores, canalhas e mentes perversas.

A Folha de S. Paulo abriu espaço para Bolsonaro, muitos se dizem perplexos, achando inacreditável, esquecendo que esse jornaleco, apoio o Golpe Militar, fez feroz oposição aos governos do PT, apoiou a lavajato (quase um diário oficial), apoiou o GOLPE contra Dilma, as medidas anti-povo de Temer e Bolsonaro, qual a surpresa dele escrever (alguém por ele, sabemos)?

O filme trata de episódios cruéis da Ditadura e nos lembra o papel da mídia, da imprensa, naquela época. O esquecimento ou melhor, esconder seu passado, permitiu personagens como Bolsonaro, seus filhos e uma série de milicos invadissem a Política, tornando esse refém, como sempre estivesse olhando para o abismo, pronto para cair numa Ditadura, ou para os seus adoradores.

Sem punição imediata o Brasil se tornará refém de Bolsonaro e da extrema-direita, essa demora, o claudicante judiciário, caminha para algo como Trump nos EUA, não julgado, se vitimou e venceu fácil as eleições, aqui será o mesmo cenário?

Imperdível, é história e força, um grande cinema. Fernanda Torres é impressionante.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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